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Carros encalhados: 6 motivos para ninguém se interessar no seu anúncio

De passagem na loja de carros usados de um amigo, conversávamos sobre alguns modelos disponíveis e encalhados no seu estoque. Em especial, chamou minha atenção um Jeep Renegade prestes a fazer aniversário na loja, ou seja, quase um ano sem vender.

Como pode um SUV, que sempre esteve entre os mais vendidos na categoria, ter dificuldade para encontrar um comprador? É uma loja boa, que costuma trabalhar com carros de qualidade, e meu amigo tem muita experiência no ramo - portanto conhece os caminhos para anunciar e vender um carro usado. Mas, ainda assim, esse Renegade tem dado dor de cabeça a ele.

Fato é que isso tem acontecido com certa frequência. Atendo muitos clientes com carros disponíveis para venda, que reclamam por não conseguirem passar seus carros para frente. Quando tento entender os motivos, percebo que as razões são sempre as mesmas.

Carro que ninguém quer

Você pode adorar seu carro, mas se o mercado não se interessar por ele, vai ser difícil encontrar outro interessado. Alguns modelos ficam marcados como péssimos negócios, ainda mais quando viraliza os motivos para isso.

E hoje é fácil saber quais carros podem ser uma cilada, basta simples pesquisas na internet para descobrir.

A solução para esses casos está no preço. Se o interesse é baixo, não adianta pedir o preço sugerido na Tabela Fipe ou tentar seguir os de outros anunciados. É provável que eles também estejam encalhados, portanto você só vai vender se der um desconto realmente significativo, ao ponto de que passe a ser interessante para um comprador mesmo ele estando ciente da imagem negativa do modelo.

Quilometragem alta

Tento convencer meus seguidores que é bobagem se apegar à quilometragem de um carro usado. Mas não tenho poder de mudar o mercado, que na hora de escolher um usado, o primeiro filtro feito nos classificados é o da quilometragem, sempre da menor para a maior.

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Nesse universo da internet, se o seu carro está muito rodado, com médias anuais acima dos 15 mil km, ele sempre vai aparecer entre as últimas escolhas. Não importa se a documentação está em dia, se a pintura é original, se você fez as manutenções periódicas, o que importa é que ele não vai aparecer para ninguém se você insistir no preço errado.

Isso piora quando se trata de um modelo com grande volume de vendas, pois é mais fácil conseguir opções menos rodadas.

A solução, mais uma vez, está no preço, que é outro filtro muito utilizado nos classificados. Você pode não atingir interessados em carros pouco rodados, mas vai atingir interessados em carros baratos.

Sem histórico de revisões

Manter um carro é sempre dispendioso. Vejo, nas avaliações que eu faço, notas fiscais de serviços realizados, com preços assustadores de peças e mão de obra. Até mesmo simples trocas de óleo estão mais caras, com as exigências de óleos com aditivos específicos.

Tendo conhecimento disso, ninguém quer correr o risco de comprar um carro usado no escuro. Sendo assim, se você não tem como comprovar as manutenções que foram feitas no seu carro, fica mais difícil conseguir alguém que queira assumir o risco.

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O melhor a se fazer em situação como essa é atualizar a manutenção dele, ou seja, levar no mecânico, revisar o carro por completo, guardar os comprovantes, e só depois anunciar.

Carro sem capricho

Carros usados precisam ter boa apresentação para conquistar um comprador. Um bom 'banho de loja' pode ser a diferença no sucesso da venda.

Sendo assim, você precisa analisar seu carro como se fosse o comprador dele. Olhe para os possíveis ralados, amassados, pneus ruins, sujidades na parte interna, e pense se compraria o carro nesse estado.

Eu me assusto com alguns carros que são apresentados por mim. Como um profissional que consegue enxergar além desses detalhes, até já concretizei negócios assim, mas sempre com aquele pensamento de como a pessoa teve coragem de me apresentar o carro daquele jeito.

Portanto, pode ser que você não tenha vendido seu carro porque aquele possível interessado se assustou com o que viu. A solução é investir em um serviço de estética automotiva antes de anunciar.

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Sem opcionais

Alguns modelos são ingratos. Podem até ser excelentes, mas se o fabricante decidiu equipar com itens cobiçados em pacotes opcionais, os que não os tem podem micar.

Um bom exemplo é o teto solar, que não agrega nada no valor de tabela do carro, mas o interesse por modelo que o tenham é muito superior. Até mesmo quem não se importa muito com ele, mas tem ciência de sua importância na revenda, não abrem mão do equipamento.

Diante dessa realidade, analise se esse é o seu caso. Basta procurar por avaliações da época que seu carro era novo para ter conhecimento do pacote de opcionais. Sendo o seu carro o mais completo, valorize isso na descrição do anúncio, caso contrário considere reposicionar o preço.

Preço errado

Por fim, o motivo que parece responder todas as questões acima é o preço. Se você está com seu carro anunciado há um tempão e ninguém se interessa por ele, é provável que os interessados só apareçam quando o preço for baixo.

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Eu sei, é duro ter que se desfazer de um bem por um preço muito abaixo daquilo que você imaginava. Mas não tem como se apegar a isso. Tabelas Fipe ou KBB, assim como preços médios dos classificados, são apenas referências. Não adianta insistir neles se ninguém estiver disposto a pagar.

Lembre-se: você não tem controle do mercado, ele é soberano. Preço certo, não é o que está na sua cabeça, mas sim aquele que faz vendedor e comprador apertarem as mãos.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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