IPVA: 5 carros legais isentos do imposto a partir do ano que vem

Nas últimas décadas, era comum um veículo ter seu valor de IPVA cada vez menor com o passar dos anos. Por ser um imposto que se baseia no valor venal do bem, algo próximo ao valor de mercado, ele acompanha a desvalorização e tende a ser sempre mais barato.

O ano de 2021, porém, foi atípico, e praticamente todos os carros tiveram aumentos significativos em seus valores de mercado, o que a princípio parece ser algo positivo para quem já tem um veículo e repara que ele pode estar valendo mais do que quando foi comprado.

Mas claro que isso não é tão bom assim quanto parece. O valor da revenda pode até ser maior, mas o carro comprado para substituir o antigo provavelmente estará mais caro.

Com preços cada vez mais altos, o IPVA também está maior nesse ano de 2022. Para exemplificar, um carro registrado no Estado de São Paulo (alíquota de 4%), que em janeiro do ano passado tinha valor venal de R$ 40 mil, pagou R$ 1.600 de IPVA. Se esse mesmo carro passou a ter valor venal de R$ 50 mil neste ano, seu IPVA foi para R$ 2 mil.

Felizmente alguns Estados decidiram congelar o valor do IPVA do ano passado, para evitar uma possível inadimplência nesse momento de caos na nossa economia.

O que nem todos sabem é que dá para "fugir" do IPVA. Mais uma vez utilizando São Paulo como exemplo, aqui não é cobrado imposto de veículos com mais de 20 anos de fabricação, ou seja, aqueles que foram fabricados até o ano de 2002.

Como o leitor pode imaginar, simplesmente "fugir" do IPVA pode não ser a decisão mais inteligente, afinal de contas um carro com pelo menos 20 anos de idade tente a exigir manutenções mais rotineiras. Se a ideia é economizar, me parece racional pensar em um modelo mais simples, em que a manutenção também é mais simples.

Para a coluna desta semana, vou mostrar alguns carros que foram lançados em 2002, que estão em seu último ano de IPVA aqui em São Paulo, e já podem ser considerados para quem quer se livrar do imposto no próximo ano.

Todos são modelos nacionais, que tiveram sucesso no mercado e que utilizam mecânicas simples, com farta oferta de peças de reposição.

Ford Fiesta quinta geração

O Fiesta chegou como um modelo importado no ano de 1995, no ciclo final da sua terceira geração. Passou a ter fabricação nacional no ano seguinte, já na quarta geração, quando ganhou mais relevância em nosso mercado, principalmente nas versões com motor 1.0.

Mas a maior revolução aconteceu no ano de 2002, com a lançamento da quinta geração - o primeiro Ford produzido na moderna fábrica de Camaçari (BA). A carroceria ficou bem maior que do Fiesta anterior, fazendo dele um dos mais espaçosos da categoria.

Três motores foram disponíveis: os conhecidos 1.0 e 1.6 aspirados e o inédito 1.0 com compressor, conhecido como Supercharger. Os dois primeiros são altamente recomendados, pois acompanharam o Fiesta por mais de uma década. Já o Supercharger, por mais legal que fosse, micou no mercado, portanto não é aconselhável.

Conseguir um bom Fiesta 2002 não é nada fácil, mas por outro lado é um carro robusto, que não precisa de muito para ficar com a mecânica "zerada".

Chevrolet Corsa C e Meriva

Sucesso nos anos 90, o Corsa foi vendido com sobrepreço em seus primeiros meses de vida, tamanha a procura pelo modelo. Mas entrou nos anos 2000 um tanto defasado diante da concorrência, que já contava com modelos mais modernos como Renault Clio e Peugeot 206.

No ano de 2002, a Chevrolet apresentou a terceira geração do Corsa, conhecida como "C", bem mais moderna que a anterior. A carroceria estava bem mais espaçosa, tanto no hatch quanto no sedã, e contava com subchassi na dianteira que dava mais conforto para os ocupantes.

Além do conhecido motor 1.0, foi oferecido um inédito 1.8, baseado na mesma família de motores, conhecido como Família 1, o mesmo que ainda está disponível para o Chevrolet Spin.

No mesmo ano, a Chevrolet apresentou a Meriva, uma minivan baseada no Corsa, com ainda mais espaço interno para ocupantes e bagagem. O motor, somente 1.8 nesse ano de lançamento, mas com opções de 8 ou 16 válvulas. Tanto o Corsa quanto a Meriva, são ótimas opções para quem não quer mais pagar IPVA.

Volkswagen Polo

Mais um lançamento de peso no ano de 2002, o Polo foi o lançamento mais importante da Volkswagen naquele ano. O visual com quatro faróis redondos foi polêmico, mas logo caiu no gosto do brasileiro. Contava com excelente acabamento e os mesmos motores 1.6 e 2.0 que já eram oferecidos no VW Golf.

Esses motores venderam aos montes e não existe oficina mecânica que não saiba trabalhar neles. Nesse mesmo ano, foi oferecido o Polo 1.0 16v, que se mostrou um mico e durou pouco tempo no mercado.

O Polo é uma excelente escolha, mas eu recomendo somente para quem roda mais no ciclo urbano. Apesar de parecer ser um bom estradeiro, esses primeiros Polos foram equipados com transmissões curtíssimas, o que eleva muito a rotação do motor em velocidade de cruzeiro, cansando bastante em viagens.

Fiat Stilo

O lançamento da Fiat no ano de 2002 foi o Stilo, um hatch com desenho conservador, mas com muita tecnologia embarcada. Mas muita tecnologia mesmo, tanto que a versão Abarth foi um tanto incompreendida, já que tinha preço igual ao de alguns importados premiuns. Vendeu pouco e hoje quase não se vê nas ruas.

Equipado com o poderoso e polêmico motor 2.4 de 5 cilindros, o mesmo do Marea, infelizmente não tem como dizer que é uma boa compra hoje em dia. É o tipo de carro que só vai bem nas mãos de apaixonados que conhecem e sabem preservar como se deve este excelente modelo.

Já as versões de entrada, equipadas com os mesmos motores da Chevrolet Meriva, 1.8 8v e 1.8 16v, são bem mais tranquilas de se manter e são recomendadas para quem quer fugir do IPVA, mas não abre mão de um carro espaçoso com muito espaço e conforto interno.

Toyota Corolla

A categoria dos sedãs médios teve no ano de 2002 um dos seus lançamentos mais importantes. O Toyota Corolla, que até então era somente um excelente carro com visual sem graça, ganhou uma carroceria bem mais atraente, apelidada de Brad Pitt. Alguns podem até achar que tem a ver com a reconhecida beleza do ator norte-americano, mas na verdade foi porque o mesmo foi garoto propaganda desse carro naquela época.

Se ele ajudou nas vendas eu não tenho como saber, mas a história mostra que foi um carro que fez muito sucesso em todo mundo. Aqui, ainda é muito desejado, e não é raro ver anúncios com valores 20 ou 30% acima da média do mercado.

Sem dúvidas, é um fenômeno, mas infelizmente é bem difícil conseguir um em bom estado. Sua fama de inquebrável atraí compradores que levam isso ao pé da letra e mal se preocupam em trocar o óleo do motor. Mas, caso algum caia no seu colo, compre e case com o carro, que nem IPVA paga mais.