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Benê Gomes

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Com ID.3 e ID.4, Volks mostra que também pode ter 100% elétricos no Brasil

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Colunista do UOL

19/12/2021 04h00

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A Volkswagen também segue firme com seu projeto rumo à descarbonização do planeta. Por isso, aposta e investe nos veículos híbridos e flex com o nosso etanol, como sabemos, mas também não quer e não pode ficar fora do avançado processo de eletrificação dos automóveis.

Neste momento, seus grandes representantes para no segmento são os novos ID.3 e ID.4, em testes no Brasil desde o ano passado. Agora em dezembro, a marca avançou nesse processo ao promover, em São Paulo, o evento "ID Week", quando conseguiu reunir diferentes públicos para viver a experiência prática de guiar seus carros 100% elétricos.

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Desenvolvidos originalmente como elétricos puros, ID.3 e ID.4 têm visual diferente, com linhas limpas, praticamente sem vincos ou frisos. Aliás, como os executivos da Volkswagen explicam, as linhas de LED serão os frisos dos futuros carros. Então, no caso de ID.3 e ID.4, isso é traduzido pelo sistema de iluminação IQ.Light - o mesmo aplicado no VW Taos - e sua bonita linha iluminada na dianteira.

Mas o que esses modelos nos fazem lembrar é que, em se tratando de carros 100% elétricos, o desenho não envolve apenas a estética, mas sim um trabalho árduo para alcançar o melhor resultado aerodinâmico, com linhas que criem menor resistência ao vento possível e, dessa forma, ajudem a poupar a carga das baterias. Tudo em benefício da autonomia, esse um dos grandes desafios dos carros eletrificados.

Para quem ainda não conhece, pode ficar mais impressionado com o ID.4, modelo maior e que se apresenta como um SUV. É alto e largo, oferece posição de guiar mais alta e tem 4,58 de comprimento. Já o ID.3 é um típico hatchback de porte médio, com medidas próximas do Volkswagen Golf, para dar um exemplo bem conhecido, com 4,26 m de comprimento.

O que é exatamente igual nos dois é a distância do entre-eixos, de 2,77 metros. Medida que caiu muito bem no modelo menor, o ID.3 pois, como tem carroceria do tipo hatchback, a medida mais generosa do entre-eixos contribuiu positivamente para a proposta do desenho externo, com dianteira e traseira mais curtas, deixando as rodas bem próximas da ponta do para-choque.

No entanto, o grande ganho, não tenha dúvida, foi no espaço interno, inclusive na capacidade do porta-malas com seus 385 litros. No ID.4, a situação é ainda melhor, com 543 litros de espaço para bagagens e sem comprometer o conforto dos passageiros, já que a carroceria é maior no comprimento.

Dentro, é legal curtir um esperado ar futurista, só que essa proposta está bem equilibrada com aquilo que temos como realidade nos automóveis atuais, ou seja, não causa estranhamento. No geral, o desenho do painel oferece um ambiente muito limpo, sem muitos recortes e sem botões para nada.

Todos os comandos são por toque, seja para acessar os diferentes recursos disponíveis na boa tela multimídia com tela 10" no ID.3 e 12" no ID.4, como também na hora de ajustar o ar-condicionado ou acender os faróis. Os únicos botões físicos que você encontra neles estão nas portas para acionamento dos vidros.

Mesma coisa na hora de sair com o carro, nada de botão ou chave na ignição. Basta entrar com a chave no bolso ou nas mãos e pisar no freio para que o sistema seja acionado. Aí é só engatar o drive no pequeno botão acoplado ao painel de instrumentos digital e que é fixado na coluna de direção. Nesse momento, tem outro detalhe diferente, simpático mesmo: os pedais de acelerador e freio contam com as siglas de "pause" e "play", como num tocador de música.

Para acelerar, o conjunto também é igual nos dois carros. O motor gera 204 cv e tem torque de 31,6 kgfm, e que são entregues assim que você pisa no acelerador, como todo veículo 100% elétrico.

Um detalhe que torna o ID.3 - por ser menor e mais leve - o mais empolgante ao volante. Como a VW confirmou, ele acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, número digno de esportivo com motor a combustão. Para os dois modelos, há quatro modos de condução: Eco, Comfort, Sport e Individual.

Autonomia para ir de São Paulo a Curitiba sem medo

O ID.3 conta com baterias de 58 kWh e a autonomia prometida é de até 426 Km, enquanto o ID.4 - que é maior e mais pesado - é equipado com baterias de 77 kWh, o que garante autonomia maior, de até 522 Km. De qualquer forma, ambas autonomias permitem encarar viagens mais longas, como ir de São Paulo a Curitiba sem ter que ficar fazendo contas. Segundo a Volkswagen, é possível recuperar até 80% da bateria dos modelos em aproximadamente 50 minutos com a utilização do sistema de recarga rápida.

Tanto o ID.3 como o ID.4 disponibilizados para essa primeira experiência ao volante em São Paulo estavam exatamente como chegaram, com todos os ajustes originais feitos para as ruas e estradas europeias. Dessa forma, deu para notar o acerto de suspensão mais firme e a reação típica de um carro equipado com rodas grandes - 20" no ID.3 e 21" no ID.4 - e pneus de perfil baixo.

Mas longe de reclamar do nível de conforto. Ponto marcante também são os recursos de apoio à condução, como os já conhecidos alerta de colisão com frenagem automática, controle de cruzeiro adaptativo ou alerta de saída de faixa.

Mas tem um diferencial bem interessante: o sistema consegue "ler" as faixas das ruas e identificar se são contínuas ou tracejadas. E mais, o motorista pode conferir tudo pelo head up display com projeção das informações do painel de instrumentos em realidade aumentada no para-brisa. Isso traz um conforto visual e uma experiência digna de cinema 3D.

Na Europa, ID.3 e ID.4 já contabilizam vendas e encomendas expressivas, mas a VW ainda desconversa sobre quando um deles chegará às lojas do Brasil. O grandão pode ser o primeiro, afinal, com todo o potencial como modelo 100% elétrico, tem ótimas chances de ser dar bem no segmento mais badalado atualmente, o dos SUVs. O primeiro passo já foi dado.

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