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Benê Gomes

Carro ferveu? Saiba como evitar um problema que pode até fundir o motor

Colunista do UOL

10/01/2021 04h00

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Atire a primeira pedra quem ainda não viu um carro parado na rua com muita fumaça sobre o capô. Essa é uma situação ainda bastante comum, apesar de veículos e motores muito modernos e da fartura de informação sobre como evitar esse tipo de problema.

E, normalmente, tudo começa por um descuido com o sistema de arrefecimento que, além do radiador - o componente mais popular desse conjunto - conta com outros itens fundamentais.

Temos o reservatório de expansão, líquido de arrefecimento, válvula termostática, mangueiras, galerias internas, ventiladores, sensores, além da bomba d'água, considerada o coração do sistema, pois esse o componente é responsável por fazer circular o líquido refrigerante pelas galerias do motor.

Quando há risco de superaquecimento, rapidamente o carro apresenta algum sintoma. Mas o primeiro alerta deve vir do painel de instrumentos, quando o ponteiro do medidor de temperatura atinge a faixa vermelha, um sinal claro e direto de que a temperatura ideal de trabalho foi ultrapassada. Ou seja, tem superaquecimento na área. Nesse caso, não há o que pensar, deixe o motor esfriar e procure logo o apoio de um profissional.

Conforme explica Antonio Jair Silva, gerente de serviços e qualidade da Nakata Automotiva, o nível baixo ou a falta do líquido refrigerante são os primeiros responsáveis por desencadear um superaquecimento.

"Geralmente a falta de líquido está ligada a vazamentos nas mangueiras, no radiador, reservatório de expansão, nos selos do bloco e até na bomba d'água; lembre que esse sistema é selado, ou seja, na prática não há necessidade de reposição do líquido".

Além disso, destaca Jair, o superaquecimento pode ocorrer pela falta de circulação do líquido dentro do sistema, algo que pode ser provocado por falha da bomba d'água: "Geralmente é um defeito na correia de acionamento da bomba ou uma falha da válvula termostática que não abre".

Água de torneira nunca mais

Vale observar também se há sinais de ferrugem no líquido de arrefecimento, normalmente resultado de alguns descuidos do proprietário do carro, como aquele antigo hábito de utilizar água de torneira para completar o nível do reservatório de expansão.

"O primeiro erro de quem tem problemas com superaquecimento é esquecer dos prazos de manutenção do sistema de arrefecimento e que também estão indicados no manual do proprietário; depois, erra quem acha que pode usar água de torneira; e não adianta esperar, por exemplo, aparecer ferrugem no reservatório de expansão para então procurar o mecânico".

Sim, hoje é preciso ficar muito atento a esse detalhe: o sistema de arrefecimento é projetado para funcionar com uma mistura de água desmineralizada e um aditivo específico, sempre na proporção correta definida pela fabricante.

Quem não toma esse cuidado, e coloca água de torneira acreditando que tudo vai ficar bem, abre a porta para a contaminação do sistema. O resultado imediato é a necessidade de uma revisão geral e com grandes chances de ter que substituir os principais componentes; situação que certamente vai gerar uma conta bem alta.

Como tudo no automóvel, a manutenção preventiva é a ação básica que pode garantir vida longa e segura aos componentes do sistema de arrefecimento; e com perdão do trocadilho, esse o melhor jeito para você não esquentar a cabeça.