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Venda diária de veículos em junho anima recuperação da indústria automotiva

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Imagem: Divulgação

Colunista do UOL*

19/06/2020 07h58

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Na primeira quinzena de junho foram emplacados 51,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo o Renavam. Mesmo ainda longe do ritmo pré-covid este volume de negócios renovou as expectativas da indústria. Em apenas quinze dias o resultado chegou a se aproximar do fundo do poço de abril, quando 55,7 mil veículos foram comercializados.

A média diária de licenciamentos em junho dobrou com relação a maio, que teve 62,2 mil unidades negociadas, mas esse número pode não capturar o desempenho real da quinzena pois o fechamento do Detran paulista fez com que muitas vendas dos últimos meses fossem contabilizadas agora. O movimento nas concessionárias, que reabriram em algumas capitais nos últimos dias, também não é dos maiores. Mas, quem vai, compra.

"As vendas subiram de maneira substancial", comemorou Herlander Zola, diretor da marca Fiat. "E quando eu digo vendas falo dos negócios fechados mesmo, que conseguimos medir internamente."

O executivo espera que as vendas totais no mês estejam na casa das 110 mil unidades - estimativa semelhante à feita por varejistas ouvidos por AutoData. Zola reconhece: "É pouco quando olhamos para a média dos últimos meses de junho, mas demonstra um reaquecimento do mercado".

Dois fatores serão fundamentais para atrair o consumidor à revenda, na avaliação da Fiat: ações promocionais, como generosos descontos, planos especiais de financiamentos e feirões, agora também feitos na esfera virtual com transmissão em redes sociais. Os lançamentos serão outro importante argumento.

Após alguns meses de pé no freio as fabricantes voltaram a irrigar o mercado de novidades. Só nesta semana foram apresentados o novo Mitsubishi Pajero Sport e a versão híbrida do Volvo XC40. Para a semana que vem estão programados os lançamentos do Caoa Chery Arrizo 6, do Volkswagen Nivus e do Fiat Strada.

A resposta do consumidor, porém, depende de muitos fatores e por isso o momento ainda é de incerteza no mercado. É primordial a contenção da pandemia, ainda longe de encontrar a curva ideal no Brasil, embora, em algumas cidades, a sinalização é de que o pico da contaminação já foi alcançado. E a própria recuperação econômica do País: o governo precisa criar mecanismos para tirar a economia, que já estava devagar, do atoleiro.

De todo modo o resultado de junho afastou um pouco as nuvens negras do setor, que começa a enxergar uma pontinha de esperança. A projeção da Anfavea, queda de 40% nas vendas com relação a 2019, para 1,6 milhão de veículos, deixou de ser uma visão extremamente otimista e, em poucos dias, passou a ser factível: para atingir esse resultado o segundo semestre, historicamente mais forte, precisará superar em 15% as vendas da primeira metade do ano.

Ninguém mais parado. Na semana que vem voltarão a produzir veículos as fábricas da Caoa, Honda, Nissan, PSA e Toyota, encerrando, assim, a parada das fábricas brasileiras por causa da pandemia.

Com novidade. Na PSA, em Porto Real, RJ, começou a ser produzida, ainda em fase pré-teste, a nova plataforma CMP. Investimento de R$ 220 milhões para servir como base de novidades Citroën e Peugeot.

Negócio fechado? Segundo o prefeito Orlando Morando, de São Bernardo do Campo, SP, a área da Ford no bairro do Taboão foi vendida por R$ 550 milhões para a Construtora São José, que pretende alugar o local para uma montadora ou empresa de logística. A Ford não confirma.

*Colaborou André Barros