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Salão de SP estuda mudanças e tem ajuda da VW para reconquistar desistentes

Chevrolet é uma das marcas que anunciaram que não participarão do Salão de SP. Isso pode mudar? - Murilo Góes/UOL
Chevrolet é uma das marcas que anunciaram que não participarão do Salão de SP. Isso pode mudar? Imagem: Murilo Góes/UOL

Colaboração para o UOL

21/02/2020 04h00

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A Reed Exhibitions Alcantara Machado, responsável pela organização do Salão do Automóvel em 2020, está se mexendo para que o evento tenha todas as principais marcas de veículos do País. O momento é de muita conversa, individualmente e em conjunto com as empresas na tentativa de reverter a decisão das marcas que já se pronunciaram que não estarão presentes no maior evento automotivo da América Latina.

Leandro Lara, diretor de eventos da Reed, está confiante na possibilidade de trazer de volta para o Salão algumas dessas empresas: "Estamos discutindo intensamente com todas as marcas novos formatos e outras ações que possam atender as necessidades de cada uma".

Em entrevista exclusiva a AutoData, Lara abordou insistentemente o que classificou como novos formatos de participação das empresas. Neste momento, todas as opções estão na mesa de negociações.

Segundo ele, o objetivo é criar condições para que as fabricantes possam intensificar a interação com o público, considerando o modelo atual de exibição dos veículos ou até dinâmicas que aconteceriam do lado de fora do pavilhão do São Paulo Expo.

O principal argumento que o executivo da Reed se arvora para trazer as empresas de volta para o Salão é a participação de 740 mil pessoas em 2018. "Temos que gerar leads [captar o interesse de potenciais clientes] que façam sentido para a estratégia de cada uma das empresas. Olhando para o Salão de 2018 não vejo como um bom negócio ficar fora desse evento".

A investida da Reed ganha eco dentro da indústria. O presidente da Volkswagen, Pablo Di Si, defende a realização do Salão paulistano porque considera "importantíssimo para o mercado brasileiro". Com uma ressalva: é imprescindível a presença de todas as marcas. O executivo articula junto com a Anfavea um projeto para atrair os que se afastaram, também batendo na tecla da mudança de formato.

GTS. Depois do Polo, a VW levou para o Virtus a sigla GTS, que identifica a linha esportiva da marca. Ele é o primeiro sedã a contar com o pacote de esportividade que deixou por algumas décadas consumidores órfãos. Traz motor 1.4 TSI de 150 cv. Expectativa da Volkswagen é que 5% das vendas da linha Polo e Virtus seja de modelos GTS.

Nivus em abril? O presidente Di Si prometeu "novidades" em abril a respeito do Nivus, um cupê urbano, na definição da VW. Ele será montado sobre a base do Polo e do Virtus na fábrica Anchieta, em SBC, e está sendo classificado como a principal aposta da Volkswagen para 2020.

up! Segue em curso também a homologação do up! para quatro pessoas. Foi a solução encontrada pela VW para atender a legislação que exige cinto de segurança de três pontos para todos os ocupantes - o que elevaria custos de desenvolvimento que, pelo jeito, eram superiores aos de homologação. Indica, também, que o modelo está no fim de seu ciclo no mercado nacional.

Carsharing. A Nissan ampliou seu projeto-piloto de locação de carros: agora além dos funcionários os fornecedores também podem alugar, por doze meses, March, Kicks e Versa.

2º passo. É o segundo movimento neste sentido, pois no ano passado o "Vou de Nissan", projeto parecido destinado a funcionários, ajudou a coletar dados que servem de base para esta nova etapa.

Tendência. Outras montadoras, além das japonesas, trabalham nesse caminho, estudando o potencial de compartilhamento de veículos. A Toyota é a mais adiantada, com sistema de locação disponível em algumas concessionárias desde o ano passado.

100% online. A Renault colocou todo o seu portfólio à venda na internet. O cliente pode escolher o modelo, a concessionária mais próxima para retirá-lo, simular e contratar financiamento e até gerar o boleto por meio de seu smartphone, tablet ou computador.

Começou com o Kwid. A Loja Renault é a sucessora do K-Commerce, plataforma de venda online exclusiva para o Kwid, o compacto da marca.

Aniversário. Completou na quarta-feira, 19, um ano do anúncio do fim das operações da Ford na septuagenária fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP. Desde outubro, quando o último caminhão Cargo saiu das linhas, não se produz mais nada na lendária fábrica.

Futuro? Seguem negociações, diretamente com a matriz em Deaborn, Michigan, para a compra da fábrica. Há dois interessados: BYD e outra empresa, ainda desconhecida, como revela a série de reportagens especiais produzidas pela Agência AutoData.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado, o motor do Virtus GTS é 1.4 TSI, e não 1.5. A informação foi corrigida.