A Volkswagen repetiu com o Taos a mesma estratégia adotada com outros SUVs da companhia ao oferecer uma linha bastante enxuta. São apenas duas versões, a Comfortline e a Highline.

Na versão de topo estão todas as tecnologias e também as "firulas" disponíveis ao novo SUV médio. Por R$ 154.990, a versão de entrada do Taos perde as firulas, mas entrega o que é mais importante: bom espaço interno e de porta-malas.

Ele também não deixa de oferecer o que se espera em termos de comodidade e funcionalidade e serve bem a quem quer as principais qualidades do Taos sem todos os mimos que fazem parte da versão de topo, Highline a R$ 181.790.

O UOL Carros, que já havia testado a versão topo de linha, desta vez avaliou o modelo de entrada do novo SUV da Volkswagen. Confira!

Design e espaço interno

Em termos de design, o Taos Comfortline traz o mesmo que a versão de topo. As linhas são iguais, mas "mais reais" do que a do modelo de lançamento, digamos assim.

Sem a pintura biton, o acabamento escurecido nas rodas e outros itens, o Taos fica mais normal em termos de visual. Ele também perde o maior destaque da versão Highline, que é a grade iluminada ligada aos faróis de LEDs.

Por dentro, o acabamento não muda substancialmente. Os pecados são iguais aos da versão de topo, mas ficam mais evidentes, como o acabamento de plástico duro em todo o painel e portas.

O acabamento é de tecido e não há as luzes de iluminação ambiente com dez opções de cores. A faixa que atravessa o painel na cor do carro continua presente, mas com cores mais sóbrias acompanhando as poucas opções para a carroceria que tiram o brilho e o destaque da peça.

O espaço interno do Taos é um item irretocável. Com o mesmo entre-eixos do Jetta, de 2,68 metros, e o uso da plataforma modular MQB, tem um amplo espaço interno na área traseira e se prejudicar o espaço de carga de 498 litros.

Além do conforto para os ocupantes do banco traseiro há também bom espaço para quem vai na frente. O pênalti da área traseira fica para o encosto central que é duro devido a função de encosto de braço e porta-copos.

Consumo e desempenho

O desempenho do Taos Comfortline é o mesmo que encontramos no Highline, já que não há diferenças mecânicas. É o mesmo motor 1.4 turboflex de 150 cv e 25,5 mkgf, seja com etanol ou gasolina.

A tração é sempre dianteira e a transmissão é a automático de seis velocidades. O que a versão de entrada não oferece são os modos de condução (eco, normal, sport e personalizável) que a Highline traz.

Em termos gerais isso não faz muita diferença. O desempenho é o mesmo, que se aproveita do baixo peso para desempenhar melhor na entrega de torque nas ultrapassagens e retomadas. Para ajudar nisso, há a função Sport por meio do câmbio e as aletas para trocas de marcha pelo motorista.

Talvez por uma junção de fatores, frio extremo durante a semana de avaliação com etanol no tanque, a unidade avaliada do Taos Comfortline em alguns momentos dava "trancos" entre as trocas de marcha, o que não é comum nesse conjunto mecânico.

A suspensão tem um bom equilíbrio e, para quem gosta de um carro estável e de suspensão firme, o Taos é uma boa opção. O modelo se mantém firme nas curvas e tem calibragem de direção elétrica com o "peso" ideal no uso em velocidades mais altas e em curvas.

Equipamentos

O Taos Comfortline é bem completo em geral. Ele não traz as grandes inovações presentes na versão mais cara, mas não deixa a desejar. Traz ar-condicionado digital e automático, central multimídia VW Play com integração de Android Auto e Apple Carplay sem fio e três saídas USB, mas todas do tipo C, que ainda não é a mais usada.

O painel de instrumentos não é o super evoluído de 10,25 polegadas, mas tem 8" e três modos de visualização. Bem completo, pode ser personalizado em algumas partes e permite a quem está conduzindo boa visualização dos dados.

Há também os faróis de LEDs, lanternas traseiras com a tecnologia IQ Light, freio de estacionamento elétrico, controle de velocidade (piloto automático), sensores de chuva e luminosidade, chave presencial com partida por botão e trio elétrico.

Manutenção e segurança

O Taos oferece ainda câmera de ré, seis airbags (dianteiros, laterais e de cortina), controles de tração e estabilidade, além de detector de fadiga e assistente de partida em rampa.

A cesta de revisões do Taos, como os demais modelos da plataforma MQB, não paga as três primeiras manutenções. O valor de 40 mil km, 50 mil km e 60 mil km é de R$ 1.350,82, R$ 614,32 e R$ 763,64, respectivamente.

Mercado

A versão de entrada do Taos tem tudo que o consumidor do SUV quer. A maior parte das comodidades estão presentes na versão de entrada e só aquelas coisas que saltam aos olhos ou que são novidades em boa parte do setor é que cobram a diferença de R$ 26.800.

O modelo é seguro, espaçoso, bem equipado e será uma boa opção para o consumidor que quer ou deseja um SUV médio, mas busca algo mais racional em termos de preço.

Não dá para dizer que o Taos de entrada seja vazio ou pouco completo. Ele entrega até mais do que o essencial para o consumidor e mantém alguns poucos mimos, apesar de perder os equipamentos mais tecnológicos e as últimas inovações.