Jeep Wrangler encara quase qualquer terreno e cobra R$ 500 mil por isso

A Jeep hoje em dia é famosa por fabricar SUVs mais urbanos como Renegade e Compass, mas em seu DNA permanece a vocação para rodar com desenvoltura em vias sem asfalto.
Para não deixar dúvidas a respeito dessa afirmação, a marca mantém até hoje em produção o Wrangler, descendente direto do Jeep Willys dos anos 1940, criado como veículo militar todo-terreno.
Trazendo carroceria montada sobre chassi de longarinas e equipado com eixo cardã, tração 4x4 e reduzida, o Wrangler é um dos poucos utilitários esportivos "raiz" disponíveis ao consumidor, projetado e construído para resistir às condições mais exigentes longe de vias pavimentadas.
Atualmente, é um modelo de nicho, voltado a entusiastas e especialistas do mundo off-road.
Com a aposentadoria do brasileiro Troller T4 em 2021, atualmente o Wrangler é uma das poucas opções no país a sai de fábrica efetivamente preparado para encarar trilhas pesadas e está disponível na versão única Rubicon por R$ 499.990 - mesmo preço sugerido da Gladiator, sua versão picape, menor apenas do que o valor cobrado pelo Grand Cherokee (R$ 549.990) na gama da Jeep no Brasil.
Seria muito a pagar por um ícone automotivo? Vale destacar que estão chegando ao nosso mercado outras opções de SUVs 4x4 "raiz", como o recém lançado GWM Tank 300, com uma pegada mais para o luxo e motor híbrido pelo preço promocional de R$ 333 mil, e a variante maior e mais robusta do Ford Bronco, ainda sem preço.
Confira a seguir a avaliação do Jeep Wrangler Rubicon.
Desvendando o Jeep Wrangler Rubicon
Design: nesse quesito, o Wrangler é um clássico que mantém o design essencialmente intocado desde a década de 1940, quando surgiu o Jeep Willys original.
Ao longo das décadas, foi evoluindo em termos visuais e de tecnologia, mantendo a icônica grade dianteira com sete aberturas na vertical, os para-lamas projetados para fora da carroceria e os faróis redondos - com exceção da geração XJ, a primeira com o nome Wrangler, que traz conjunto ótico frontal retangular e foi produzida entre meados dos anos 1980 e meados da década de 1990.
A atual geração, lançada em 2019 no Brasil, recebeu atualizações pontuais em 2024, recebendo grade dianteira e rodas redesenhadas, cabine com novas saídas do ar-condicionado e central multimídia com tela maior.
Vida a bordo: medindo 4,8 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,87 m de altura e 3 m de distância entre-eixos, o Wrangler não é tão espaçoso por dentro quanto os números sugerem - pelo contrário.
Na primeira fileira de assentos, o espaço para as pernas não é dos maiores e ocupantes mais altos passam por algum aperto. No banco de trás, o espaço para os ocupantes também não é dos maiores, apesar do porta-malas, forrado com carpete, trazer bons 548 litros para levar bagagens.
Ao rodar, a construção com eixos rígidos na dianteira e na traseira faz o Wrangler "pular" um tanto ao passar por irregularidades do piso - portanto, o conforto nesse quesito não é dos maiores, mas a proposta do SUV da Jeep é outra: proporcionar robustez para transitar com competência longe do asfalto.
Mesmo assim, traz um bom pacote de itens de série e acabamento que inclui painel com superfície macia ao toque, revestimentos com costura e comodidades como ar-condicionado automático de duas zonas, volante e bancos dianteiros com aquecimento, bancos frontais com ajustes elétricos, bancos revestidos de couro e uma central multimídia moderna, com ampla tela de 12,3 polegadas e conexão sem fio com celulares via Android Auto e Apple CarPlay.
Um grande diferencial do Wrangler é o teto dividido em quatro partes que podem ser removidas, seja individualmente ou em conjunto. As quatro portas também podem ser retiradas e o para-brisa, rebatido.
Não tentei remover as portas, mas retirei o teto e constatei que o processo é bem simples e rápido.
Outro diferencial é o piso que traz dreno e tapetes de borracha, para facilitar a limpeza após rodar no lamaçal.
Segurança: o Wrangler traz o básico no que se refere à segurança, saindo de fábrica com quatro airbags.
De resto, conta com algumas importantes assistências à condução, como alerta de colisão, frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, comutação automática do farol alto e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo.
Conta, ainda, com monitoramento de pressão dos pneus, câmeras de ré e dianteira e sensores traseiros de estacionamento. Poderia trazer tais sensores também na dianteira.
Para proporcionar mais segurança mesmo quando o teto é removido, todo o habitáculo é protegido por um santantônio.
Desempenho e consumo: o Wrangler é equipado com o competente motor 2.0 turbo Hurricane a gasolina, o mesmo que equipa as versões mais caras de Jeep Compass e Commander, além da picape Ram Rampage.
Com 272 cv de potência e 40,8 kgfm a 3.000 rpm, proporciona fôlego de sobra para rodar tanto no asfalto quanto na trilha - onde a robusta caixa de transferência reduzida é capaz de multiplicar a força disponível para superar os trechos mais íngremes, associada com a transmissão automática de oito marchas.
A capacidade off-road é o principal cartão de visitas do Wrangler, que traz a robustez da transmissão por eixo cardã para das rodas traseiras, bloqueio de diferencial dianteiro e traseiro, ganchos para reboque, pneus de uso misto e capacidade de imersão de até 76 cm sem o uso de snorkel.
A capacidade fora-de-estrada é reforçada pelo vão livre do solo de 27 cm e pelos ângulos de ataque de 43,9 graus e de saída de 37 graus.
Já o consumo não é dos melhores, considerando a pouca aerodinâmica do Wrangler, seu peso elevado de 2.127 kg em ordem de marcha e os pneus de uso misto, ao rodar no asfalto - durante a avaliação, anotei médias de aproximadamente 5 km/l na cidade e 8 km/l na estrada.
No ciclo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), o consumo "oficial" é de 7,15 km/l no ciclo urbano e 7,27 km/l no rodoviário.
Vale destacar que, mesmo com eixo rígido na dianteira e na traseira e apesar dos pneus inadequados para o asfalto, o Jeep mais "raiz" de todos é bastante estável e transmite segurança em rodovias.
Equipamentos de série: vem com teto e portas removíveis, para-brisa rebatível, aquecimento e ajustes de altura e profundidade no volante, bancos dianteiros com ajustes elétricos e aquecimento, bancos de couro, tapetes de borracha e assoalho com dreno para limpeza, faróis full-LED com comutação automática da luz alta, lanternas traseiras com LEDs, tração 4x4 com reduzida e bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro, desconexão eletrônica da barra estabilizadora dianteira, monitoramento da pressão dos pneus, freios a disco nas quatro rodas, sensores de estacionamento traseiros, câmeras de ré e dianteira, ar-condicionado automático de duas zonas com saída para o banco traseiro, rodas de liga leve de 17 polegadas, chave presencial, partida do motor por botão, retrovisor interno eletrocrômico, central multimídia de 12,3 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, sistema de som Alpine com nove alto-falantes e subwoofer , 4 airbags, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática de emergência e alerta de ponto cego.
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Jeep Wrangler Rubicon
Preço
R$ 499.990Pontos Positivos
- Motor potente
- Permite remover teto e portas para passeios ao ar livre
- Traz a maior capacidade off-road do mercado
Pontos Negativos
- Espaço interno reduzido
- Não é tão confortável no asfalto
- Alto consumo de combustível
Veredito
O Wrangler é um produto único no mercado, reunindo como poucos um legado que se confunde com a essência da própria Jeep. Efetivamente, é um SUV projetado e construído para resistir às condições mais adversas longe do asfalto, agregando ao conjunto itens tecnológicos e de segurança, mais desempenho acima da média em termos de potência e torque por R$ 500 mil. Ainda é um produto único no mercado e tem seu público fiel, mas terá em breve a concorrência do Ford Bronco e vê a chegada do híbrido 4x4 GWM Tank 300, com preço promocional de R$ 333 mil.
Motorização
Motor 2.0 turbo de 4 cilindros com injeção direta de combustível
Combustível
Gasolina
Potência (cv)
272 cv a 5.250 rpm
Torque (kgf.m)
40,8 kgfm a 3.000 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
9 segundos
Velocidade máxima (km/h)
Não informada
Consumo cidade (km/l)
7,15 km/l (Inmetro)
Consumo estrada (km/l)
7,27 km/l (Inmetro)
Câmbio
Automático de 8 marchas
Tração
4x4 com reduzida
Direção
Eletro hidráulica
Suspensão Dianteira
eixo rigido, mola helicoidal, leading arms, barra estabilzadora com sistema eletronico de desconexão. Amortecedores monotubo a gás de alta pressão
Suspensão Traseira
Eixo rigido, mola helicoidal, leading arms. Amortecedores monotubo a gás de alta pressão
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Discos sólidos
Pneus
255/75 R17
Rodas
17 polegadas
Altura (mm)
1.868 mm
Comprimento (mm)
4.785 mm
Entre-eixos (mm)
3.008 mm
Largura (mm)
1.877 mm
Ocupantes
5
Peso (kg)
2.127 kg em ordem de marcha
Porta-malas (L)
548 litros
Tanque (L)
104 litros
10.000 km
R$ 1.117
20.000 km
R$ 1.487
30.000 km
R$ 1.487
40.000 km
R$ 2.284
50.000 km
R$ 2.119
60.000 km
R$ 1.487
Garantia
3 anos
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Bancos com ajustes elétricos
Desembaçador Traseiro
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Alerta de permanência em faixa
Sensor de pressão dos pneus
Sensor de pontos cegos
Alerta de colisão
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
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