Lançado em outubro do ano passado, o Fiat Pulse marcou a estreia no Brasil do motor 1.0 turbo flex de 130 cv na marca italiana, que pela primeira vez tem um SUV compacto para chamar de seu.

Também disponível com propulsor 1.3 aspirado e compartilhando componentes com o Argo, o Pulse agrada a quem busca um utilitário esportivo pequeno e bem equipado: é o sexto SUV mais vendido do País, logo atrás do Jeep Renegade, considerando os emplacamentos até o fim de junho.

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Com preços a partir de R$ 102.290, as versões turbinadas, todas com câmbio CVT, são as mais interessantes, por conta do bom desempenho aliado ao baixo consumo.

Dentre elas, a que mais vale a pena em termos de itens de série é a Audace, que custa R$ 115.290 e está posicionada imediatamente abaixo da topo de linha Impetus.

Rodamos com o Pulse Audace durante cerca de uma semana e contamos a seguir por que ele é a melhor opção do modelo. Confira.

Fiat Pulse Audace Turbo 200

Carros

3,3 /5

ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

4,0

Desempenho

4,0

Design

4,0

Equipamentos

4,0

Espaço Interno

3,0

Segurança

4,0

Pontos Positivos

• Desempenho e consumo
• Itens tecnológicos

Pontos Negativos

• Espaço interno

Veredito

A versão Audace do Pulse traz todos os itens que interessam ao consumidor em termos de desempenho, tecnologia, conectividade e segurança na gama do SUV da Fiat. É R$ 11.700 mais em conta do que a configuração Impetus, a mais cara, sem grande prejuízo à lista de itens de série. Também custa menos do que o VW Nivus Comfortline, seu rival direto, apesar de trazer porta-malas menor.

ESPAÇO INTERNO E EQUIPAMENTOS

Ligeiramente maior do que o Fiat Argo em todas as dimensões, o Pulse não tem no espaço interno a sua maior virtude.

Com 2,53 m de distância entre-eixos, o SUV faz passageiros mais altos passarem por algum aperto no banco traseiro.

Por outro lado, duas pessoas com menos de 1,80 m conseguem viajar confortavelmente no assento de trás.

Além disso, o porta-malas aparenta ter praticamente a mesma capacidade do compartimento de bagagens do Argo, que é de apenas 300 litros - a Fiat informa 370 litros no utilitário esportivo, mas nele utiliza um método diferente de medição.

Quanto aos itens de série, a versão Audace traz quase tudo o que interessa e capricha na lista de assistentes à condução e itens tecnológicos.

Nessa configuração, o Pulse sai da fábrica com faróis e luzes de condução diurna de LEDs; ar-condicionado digital; central multimídia com tela de 8,4 polegadas e conexão sem fio de celulares via Apple CarPlay e Android Auto; carregamento de celular por indução; chave presencial com partida do motor remota e por botão; volante multifuncional revestido de couro sintético; controle de velocidade de cruzeiro; limitador de velocidade; aletas para troca manual de marchas; sensores de chuva e crespuscular; alarme; e apoio de braço dianteiro com porta-objetos.

O motorista conta com banco e volante ajustáveis em altura - curiosamente, a regulagem de profundidade da direção está disponível apenas na versão topo de linha Impetus, com preço sugerido de R$ 126.990.

O Pulse Audace pode ficar ainda mais completo com os pacotes opcionais Pack Design III, que custa R$ 5.290 e acrescenta rodas de 17 polegadas escurecidas, bancos de couro e teto em cor diferente da carroceria; e Connect Me, que sai por R$ 3.690 e agrega central com tela de 10,1 polegadas, navegação GPS nativa e o sistema de rastreamento e monitoramento remoto que dá nome a esse pacote.

Ainda dá para pagar R$ 990 apenas pelo upgrade da multimídia maior com GPS, sem o Connect Me.

Todos os itens opcionais do Audace, exceto o monitoramento remoto, são de série na configuração Impetus. Assim, não vejo vantagem em adquiri-los - se você faz questão desses itens, vale a pena partir já para a versão mais completa.

DESEMPENHO E CONSUMO

Esse quesito é o ponto alto do Pulse equipado com motor 1.0 turbo flex de até 130 cv e 20,4 kgfm - o mais potente da categoria.

Acoplado à transmissão do tipo CVT com sete marchas simuladas, o propulsor garante ao SUV um ótimo desempenho em acelerações e retomadas.

Todo o torque aparece já aos 1.750 giros, proporcionando pronta resposta ao pedal do acelerador mesmo em baixas rotações.

Essa vocação esportiva fica ainda maior quando você aperta o botão Sport no volante, que "estica" os giros do motor e endurece a assistência elétrica da direção.

Em outras palavras, o Pulse anda muito e vai andar ainda mais quando chegar às concessionárias no fim deste ano a versão Abarth, equipada com o mesmo motor 1.3 turbo e bicombustível de Fiat Toro e Jeep Renegade, Compass e Commander - capaz de render 185 cv e 27,5 kgfm.

Também agradou bastante o comportamento do câmbio CVT, bastante progressivo e com simulação de marchas que dá a impressão de ser um automático convencional, com conversor de torque.

Assim que você alivia o pé direito, as rotações do motor logo caem - diferentemente de outras transmissões CVT, que mantêm os giros nas alturas sempre que você pisa fundo no acelerador.

Já a suspensão traz ajuste que privilegia o conforto, lidando muito bem com buracos, valetas e lombadas de nossas maltratadas vias - por outro lado, a dirigibilidade fica um tanto "anestesiada" e o mesmo vale para a direção, que poderia ser um pouco mais direta.

O consumo merece destaque positivo: com o pé leve, obtive mais do que 7 km/l na cidade e quase 11 km/l na estrada com etanol no tanque.

O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) informa médias de 8,5 km/l (cidade) e 10,2 km/l com álcool e de respectivamente 12 km/l e 14,6 km/l com gasolina. Nada mau.

DESIGN

Embora o Pulse tenha plataforma nova, com estrutura reforçada e suspensão diferente, peças de estamparia como portas, colunas dianteira e traseira e para-lamas, sem contar para-brisa e vidros, são idênticos aos do Argo.

Dessa forma, a aparência lembra bastante o desenho do hatch compacto, principalmente quando o Pulse é observado de lado.

Para se descolar do "irmão menor", o SUV da Fiat traz balanço dianteiro alongado e capô mais alto e plano, reforçando a aparência de robustez esperada em um utilitário esportivo.

A frente do carro também é exclusiva, com destaque para os faróis posicionados rente ao compartimento do motor - um friso logo acima do conjunto ótico atravessa toda a dianteira e se integra à imponente grade.

A traseira, por sua vez, tem lanternas que lembram aquelas utilizadas no Argo, mas com visual mais esguio. Na parte de fora, gostei do trabalho dos designers da marca italiana.

Por dentro, o Pulse se assemelha ao hatch do qual deriva, embora não seja idêntico. Assim como no Argo, o acabamento tem predominância de plásticos duros - os painéis das portas trazem uma espécie de relevo para dar um aspecto mais sofisticado ao veículo.

A base do painel exibe um revestimento acetinado, também presente no entorno das maçanetas internas, enquanto as saídas de ar e os comandos do ar-condicionado e de outras funções no console central são próprios do utilitário esportivo.

SEGURANÇA

Diferentemente de outros SUVS compactos, que trazem de série seis airbags (como VW Nivus e Chevrolet Tracker) em todas as versões, o Pulse conta com apenas quatro bolsas infláveis, inclusive na configuração mais cara.

Por outro lado, vem bastante recheado no que se refere a equipamentos eletrônicos de segurança e assistência à condução.

Tem sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré com boa resolução, controles de tração e estabilidade e sensor de pressão dos pneus - pneu descalibrado não afeta só o consumo, como também compromete a dirigibilidade.

O Pulse Audace também é equipado com alerta de colisão com frenagem automática de emergência, um recurso importante na prevenção a acidentes.

Além disso, conta com assistente de manutenção de faixa, que não apenas alerta quando você sai dela, mas movimenta o volante para voltar a centralizar o veículo dentro das marcações no asfalto.

O utilitário esportivo da Fiat até hoje não foi submetido ao teste de impacto do Latin NCAP. Portanto, não temos como avaliar como ele se comporta em eventual batida.

MERCADO

Segunda versão mais cara do Pulse, a Audace é R$ 11,7 mil mais barata do que a configuração topo de linha Impetus.

Mesmo custando menos, traz quase tudo o que o Pulse tem de melhor em termos de conectividade, segurança e tecnologia - não por acaso, é uma das mais vendidas da gama do utilitário esportivo compacto.

Sem contar que traz um dos grandes destaques do modelo, que é o excelente motor 1.0 turbo flex, acompanhado do competente câmbio CVT.

Com exceção das rodas menores, que podem ser substituídas por unidades de aro 17 mediante um custo extra, o Pulse Audace é quase idêntico ao Impetus para quem o vê de fora.

Vale destacar que somente a versão mais cara oferece painel de instrumentos digital de sete polegadas, faróis auxiliares iluminados por LEDs, sensores dianteiros de estacionamento e volante com ajuste de altura e profundidade.

Contudo, eu não pagaria mais de R$ 11 mil por esses e alguns outros itens - nem escolheria os pacotes opcionais da configuração Audace.

Hoje o único rival direto do Pulse é o Volkswagen Nivus, que é mais caro (R$ 119.550 na versão Comfortline), traz porta-malas maior e alguns equipamentos dos quais o Fiat não dispõe - e não oferece outros que estão disponíveis no Fiat.

Nunca é demais lembrar que nessa faixa de R$ 115 mil dá para comprar versões mais simples de utilitários esportivos maiores do que Pulse e Nivus, como Nissan Kicks (desde R$ 109.290), Hyundai Creta Action (R$ 108.990) e Renault Duster (R$ 102.290 iniciais).

Mas, se você quer um SUV realmente pequeno e bem equipado, o Pulse é uma boa pedida, especialmente na configuração Audace. Sem contar que neste semestre estreia o Fiat Fastback, versão cupê do Pulse com porta-malas maior, mesmo espaço para motorista e passageiros e motor turbo 1.0 ou 1.3.

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