Riscar a troca de pneus da lista de inconvenientes do dia a dia parece uma dádiva, certo?
São muitas as vantagens da tecnologia run flat, que permite continuar dirigindo por até 80 km mesmo com pneu furado e dispensa o estepe no porta-malas.
Mas a novidade não se adapta às características das estradas brasileiras.
Repordução/ Google Street View
A tecnologia run flat é consolidada em diversos países do mundo, dominada por todos os fabricantes de pneus.
Quando um pneu fura, o ar, que é o que dá sustentação à peça e ao próprio veículo, se perde.
No run flat há reforços estruturais nos flancos, ombros e talões (a lateral e o aro de fixação na roda) que suportam a carga por até 80 km a uma velocidade de 80 km/h.
Em um mundo ideal, a autonomia de 80 km seria o suficiente para chegar à oficina, mas a realidade no Brasil é diferente.
Alessandro Vallainc/iStock
Na prática, para quem roda na cidade, o pneu run flat é ótimo, porque você não precisa parar de madrugada ou cancelar um compromisso porque o pneu furou. É possível adiar o reparo.
Mas para quem pega a estrada é mais complicado, pois os viajantes brasileiros ainda sofrem com a possibilidade de perfuração dos pneus --diferente do que acontece na Europa.
Nem mesmo nas grandes cidades encontram-se pneus de substituição com facilidade. É um pneu mais raro porque é usado por carros de luxo.
3.out.2023-Bruno Escolastico/Ato Press/Estadão Conteúdo
Um dos requisitos para um veículo ter run flat é ser equipado com sensor de pressão dos pneus, caso contrário, o motorista poderia não ser capaz de perceber um furo.
E há outro detalhe: a reparabilidade é diferente dos pneus tradicionais.
Além da possibilidade de seguir viagem com o pneu furado, o run flat elimina a necessidade de um estepe, otimizando o espaço do porta-malas.
É exatamente por essa questão que muitas marcas europeias já planejam os bagageiros dos seus veículos sem contabilizar o espaço para o pneu sobressalente.