
Depois de um jejum de 15 anos, a Rosas de Ouro foi consagrada a campeã do Carnaval 2025 de São Paulo. O samba-enredo foi inspirado no universo dos jogos de videogame, e como eles influenciaram as pessoas ao longo dos anos.
O desfile terminou com o sol raiando no Sambódromo do Anhembi, e o clima no fim de tudo era de missão cumprida. "Quando fomos para o café da manhã, fui recebida com muitos elogios, de colegas, da imprensa. Nós fomos a campeã do café da manhã também", relembra Ana Beatriz Godói, a rainha de bateria da escola, em entrevista ao UOL. Ela está na Rosas há sete anos, e essa é a primeira vez que vê sua escola do coração vencer o Carnaval. "Nem sei como vai ser o desfile das campeãs. Nunca fui campeã", brinca.

Assim como no título de 2010, o desfile da Rosas de Ouro teve início na madrugada e pegou o dia amanhecendo. Para Ana, esse é um dos fortes da escola. "Já tem alguns anos que a gente desfila neste horário. Parece que a gente se fortalece com isso", disse.
A quebra desse jejum era muito aguardada pela escola, e Angelina Basílio, presidente da Rosas, atribuiu a evolução que o Carnaval vem sofrendo nos últimos anos. "A disputa está acirradíssima. Há 15 anos, não era assim. Agora é décimo por décimo", opina. Para ela, a renovação do corpo de jurados também contribuiu, principalmente pelo treinamento que eles receberam para avaliar os nove quesitos obrigatórios: Enredo, Bateria, Samba-Enredo, Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Comissão de Frente, Harmonia, Alegoria, Fantasia e Evolução.

Enquanto Angelina e Ana acompanhavam ansiosas todas as atualizações da apuração -que foi disputada ponto a ponto, com a Rosas aparecendo em terceiro lugar em diversos momentos - o carnavalesco Fábio Ricardo resolveu ir limpar a casa, assistir um filme e se distrair. "Eu prefiro assim. Para não ficar naquela ansiedade, sabe?".
Paciente e com anos de experiência no Carnaval carioca, ele conta que quando chegou na escola, precisou conhecer os ânimos, mas também os desanimos da agremiação paulistana.
Para Fábio, essa conquista do título é mérito, também, do repertório que ele acumulou até aqui, e de sua forma de trabalhar, que consiste em se manter atento ao 'jogo de sete erros' que os jurados procuram na hora do desfile. "Não adianta só ser o carnavalesco legal, parceiro. Você tem que dar resultados. Isso é uma coisa que eu sou consciente", contou. "Uma coisa que eu aprendi quando cheguei em São Paulo é que você precisa 'andar com a pasta debaixo do braço'. Seguir um modelo. E eu segui."
Agora, a escola se prepara para retornar para o Sambódromo com o título nas mãos. "Não tem mais ensaio, mais nada. Vou sambar lá na hora", contou Ana. Angelina e Fábio -que já demonstrou seu interesse em continuar na Rosas de Ouro- compartilham da mesma ansiedade. "Vamos fechar esse desfile com muita dignidade e amor por ter conquistado esse tão sonhado título depois de 15 anos", celebra a presidente.
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