Conteúdo publicado há 19 dias

Bloco Bastardo faz maratona com 3 dias de desfiles: Como aguentam?

O Bloco Bastardo fez nesta terça-feira de Carnaval seu terceiro dia de cortejos pela cidade. Como os músicos e a produção aguentam?

O que está acontecendo

Corpos cansados, mas almas recarregadas. No terceiro dia de desfiles, o Bloco Bastardo saiu às 14h da Rua Arthur de Azevedo, em Pinheiros. "A gente está obviamente cansado fisicamente, mas é muito satisfatório fazer parte dessa festa", afirma William Tocalino, músico de sopro do bloco.

Além do cansaço físico, grupo enfrentou batalha com o poder público. Segundo Tocalino, o bloco ficou sem apoio do governo e ainda foi impedido de sair no último sábado. "Somos músicos profissionais, é difícil viver como artista e em governo que não apoia e ainda atrapalha o cortejo", conta. O empecilho era o trajeto, que atravessaria a Avenida Henrique Schaumann, reservada para grandes blocos.

Dormir cedo, comer bem e se hidratar? Nada disso, ainda há trabalho para os dias seguintes. Quando o bloco chega ao fim, ainda tem muito o que organizar e dormir cedo não é uma opção. "Fui dormir mais de meia-noite e estava acordando cinco da manhã hoje", conta Mauro Oliveira Borges, um dos fundadores do bloco.

A energia para aguentar vem de saber que estamos fazendo algo político, ocupando a rua com música, gente e alegria, vias que todos os dias são ocupadas por carros
Mauro Oliveira Borges, um dos fundadores do bloco

Foliões adotam estratégias para aguentar a folia

Alguns dizem evitar maratonas de vários blocos; o segredo seria focar em um e ficar perto da corda. Marcia Alves, 64, está no quarto dia de folia. Não conhecia o o Bastardo e foi no cortejo de domingo pela primeira vez, segundo dia de desfile do bloco, e veio hoje novamente. Ela e o esposo amam carnaval e o segredo para terem energia para quatro dias de festa, é escolher só um em cada dia e ficar perto da corda, segundo ela. Com foco e disciplina, ainda que na folia, o plano tende a dar certo, conta.

Mudança de público: cada vez mais Enzos

Jovens estão invadindo o bloco e tem cada vez mais "Enzo". A idade dos foliões está caindo, dizem os frequentadores do Bastardo. "Tem muito Enzo aqui, amiga!", fala uma foliã para outra, se referindo aos jovens que estão no cortejo.

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Som de 'tiozão', marchinhas também encontram público mais novo. "A gente faz um som de tiozão, afinal, são marchinhas, samba, mas acredito que essa festa tradicional atrai muita gente nova também. Temos jovens de 16 anos como ritmistas e de mais de 60 anos. Temos oficinas gratuitas o ano todo de sopro e percussão gratuitamente, em praças da zona oeste, pinheiros e adjacências. Um vai falando para outro e vai trazendo mais gente", conta Ana Luiza Mendes Borges, presidenta do Bastardo.

Bloco Bastardo, em São Paulo, com banda no chão
Bloco Bastardo, em São Paulo, com banda no chão Imagem: Juliana Vaz/UOL

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