Conteúdo publicado há 18 dias

Vencedora do 'Oscar Sargento Pimenta' diz se sentir como Fernanda Torres

O Brasil saiu da noite de premiações do Oscar com uma inédita estatueta dourada. Mas, no dia seguinte, ao som de The Beatles e Elis Regina, chegamos a números maiores de laureados. No caldeirão musical pilotado pelo bloco Sargento Pimenta, no Rio, um concurso de fantasias rendeu mais Oscars para os foliões.

O que aconteceu

Sargento Pimenta promoveu seu próprio Oscar. Foi o prêmio Fernanda Torres. Valquíria Arantes, 71, foi a homenageada na categoria "Ainda Estou Aqui", para o folião de mais tempo de Carnaval.

Me senti como Fernanda Torres. Me apresentando para esse povo todo que está aqui. Nunca imaginei que isso fosse acontecer e aconteceu Valquíria Arantes, 71, foliona

E literalmente Valquíria ainda está aqui. Com muito bom humor e leveza, ela revela que o Carnaval de 2025 tem outro significado."Carnaval é vida, porque em 2016 fui diagnosticada com câncer de pulmão metastático, não tinha muito para viver e graças a Deus e o meu oncologista que é o Gustavo, estou aqui", disse ela de estatueta na mão.

Mari Jasca, cantora do bloco que encarou o desfio de exaltar Elis Regina, lembrou do Oscar inédito do Brasil e minimizou as derrotas, ou as não premiações nas categorias Melhor Atriz e Melhor Filme. "É de importância é enorme continuar celebrando o Oscar, mas a gente precisa reconhecer as nossas estruturas de premiação, de valorização, valorizar os nossos artistas, porque o Oscar é um prêmio americano. É um prêmio na lógica de que eles são soberanos e entregam mais cultura e qualidade. Isso é um pensamento tão mentiroso, tão pequeno, que eu acho que a gente tem que sair correndo desse pensamento de credibilizar tanto essas instituições", disse ela.

The Beatles: Herança de família

O jornalista Carlos Alciati, 42, já no começo da apresentação do bloco chamava atenção com sua fantasia de Paul Mc Cartney. Ele, que vive em Aguaí, interior de São Paulo, foi o vencedor na categoria "Pimenta", de fantasia mais criativa.

Por causa do meu pai, sempre fui apaixonado por Beatles. Em 2013, a primeira vez que eu vim no bloco deles, me apaixonei. No ano seguinte, mandei fazer essa fantasia e venho sempre assim, é minha sexta vez Carlos Alciati, 42, jornalista e folião

Nem a sensação térmica de mais de 40 graus afastou a corretora de imóveis, Margareth Falcão, de 65 anos, no décimo quinto ano do Sargento Pimenta no Carnaval do Rio. "Venho desde o primeiro desfile lá em Botafogo. Passei a vir todo ano. É o único que acordo cedo para curtir. Ouço The Beatles desde a minha infância, porque a minha mãe já gostava de. Já veio no sangue, né?"

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Produtor do filme acompanha o bloco

Do início ao fim do desfile parado do Sargento Pimenta só deu "Ainda Estou Aqui". A festa de comemoração do feito histórico do Brasil no Oscar teve estatueta gigante, exaltação a Fernanda Torres e um sabor especial para Bernardo Berriel, produtor de logística de transporte do filme e que também trabalha com o bloco.

São meses e meses de trabalho que culminam no dia de hoje. E ontem com o Oscar, caiu a ficha. Está difícil de assimilar um prêmio de tamanha importância, de impacto gigantesco. Estou muito feliz, mas ainda não consegui equilibrar todas as emoções pra definir legal. Foi um trabalho muito lindo. A gente entregou muita verdade no set Bernardo Berriel

A comoção nacional que parou o Brasil no meio do Carnaval, segundo Bernardo, revela a conexão dos brasileiros e brasileiras com o que de melhor o país sabe fazer: contar histórias."[Essa comoção é] o poder da cultura. A gente está cada vez tentando desenvolver mais a cultura do nosso país, que é tão rica e diversa. E o carnaval é a expressão disso, o cinema é a expressão disso. Esse filme veio pra coroar tudo isso e o esse carnaval também com as pessoas vivas na rua, ocupando os espaços", disse ele.

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