'Olha a chapinha': Charanga ferve Santa Cecília, mas caminhão-pipa refresca

Uma multidão de foliões chegou cedo nesta segunda-feira (3) para pular Carnaval com o tradicional bloco Espetacular Charanga do França, que desfila pelas ruas do bairro Santa Cecília, na região central de São Paulo. O bloco é um dos poucos de São Paulo composto por instrumentos de sopro e percussão que sai no chão sem carro de som, permitindo uma integração entre músicos e foliões.

A concentração do bloco começou por volta das 9h. Os músicos deram início ao cortejo às 9h40 tocando a "Abre Alas" com os foliões cantando em coro a música.

Charanga do França
Charanga do França Imagem: Martha Alves / UOL

Por volta das 10h30, os foliões já ocupavam duas quadras do bairro e um caminhão pipa jogava água nos foliões para espantar o calor, sob gritos de "Delícia" e "olha a chapinha".

A atriz carioca de teatro musical Moira Osório, 32, que se mudou para São Paulo há pouco tempo diz que é a primeira vez que participa do cortejo do bloco porque nos anos anteriores estava trabalhando. "Nunca consigo aproveitar os blocos. Moro nos Campos Elíseos [bairro vizinho] e vim caminhando para encontrar as minhas amigas que moram aqui [em Santa Cecilia]", afirma ela.

Moira conta que conheceu o bloco em setembro em outro bar no bairro e adorou. "Minhas amigas me apresentaram o bloco e disseram que eram fãs. Eu estou gostando muito e quero acompanhar o bloco até o final."

O tradutor chileno Adrián Rivera Contrera, 32, na Charanga
O tradutor chileno Adrián Rivera Contrera, 32, na Charanga Imagem: Martha Alves/UOL

O tradutor chileno Adrián Rivera Contrera, 32, está há uma semana em São Paulo para pular Carnaval. Ele conta que tem "coração brasileiro" e veio ao cortejo do bloco por indicação de uma amiga fanática pelo bloco. "A Charanga é diferente dos outros blocos. Tem gente mais adulta, mais gay e mais mulheres. Estou adorando a diversidade."

Fantasiada de Pikachu, em homenagem a Fernanda Torres, a editora de arte Daniele Fátima Oliveira, 43, conta que todos os anos participa do desfile da Charanga pelas ruas do bairro Santa Cecilia.

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A editora de arte Daniele Fátima Oliveira, 43, na Charanga
A editora de arte Daniele Fátima Oliveira, 43, na Charanga Imagem: Martha Alves/UOL

"Quando a Fernanda Torres foi indicada e falava que se sentia um Pikachu, eu decidi que a minha fantasia seria essa porque o desfile do bloco acontece um dia depois da premiação do Oscar. Eu sabia que ela não ia ganhar, mas podia ser para a Demi Moore pelo menos."

Daniele diz que gosta de participar da Charanga pela banda e as músicas que eles tocam. "Gosto das músicas que eles escolhem e da energia de todo mundo aqui, é muito tradicional. Eu acho que realmente o peso da banda, com muitos músicos, fazendo um som bem forte, fica bem legal."

Nem todo mundo é fã de água

Enquanto muita gente se refrescou com o caminhão-pipa e até moradores jogando água para refrescar o calor, alguns foliões se posicionavam atrás do veículo brincavam: "A gente tá na curva do rio".

Com cabelo comprido, o auxiliar administrativo Nathan Santana, 24, se preocupou com os próximos eventos do terceiro dia de Carnaval. "Fugindo da água. Não dá, porque acabando aqui a gente arrumou outro bloco, como que chega todo molhado? Tem que entregar um charme no outro bloco", riu ele.

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