'Carnaval reconstrói país violento', diz compositor da Unidos da Tijuca

A Unidos da Tijuca entra na Marquês de Sapucaí nesta segunda-feira (3) com um enredo que celebra Logun Edé. Luiz Antonio Simas, um dos compositores do samba-enredo, conversou com o UOL antes de cruzar a avenida e destacou a importância do Carnaval como espaço de resistência e celebração coletiva.
O que ele disse
Para Simas, que também é professor, historiador e escritor, o Carnaval é mais do que uma festa. É um ato de resistência em um país marcado pela violência e desigualdade. "Uma festa de afirmação da vida em um país marcado por projetos de morte", destacou.
Simas ressalta que o Carnaval é um espaço de resistência e alegria. "A gente é para ser feliz. A gente é para estar coletivamente compartilhando a vida. O Carnaval acaba sendo esse momento de afirmação de que ainda é possível viver, que ainda é possível se encantar, afirmar alegria, resistência e a festa", comentou.
Num mundo cada vez mais individualizado, a gente participa de uma festa de reconstrução do sentido coletivo da vida. Então, quando você está na Sapucaí, você bota uma fantasia, quando você desfila. Eu lembro muito de uma coisa que o Aldir Blanc dizia: Carnaval é aquela época em que você tira a máscara que usa o resto do ano.
Luiz Antônio Simas

Simas lembra que a escola é uma das mais antigas do Carnaval carioca. Ele vê no enredo deste ano uma retomada das raízes da agremiação. "A Tijuca, fundada em 1931, vai mostrar aqui, falando de Logun Edé, falando do povo de Ijexá, basicamente o reencontro da escola com o Borel, com a Casa Branca, com a Ilha dos Velhacos, com a estrutura comunitária", afirmou.
Logun Edé é orixá de cabeça da cantora Anitta, que também assina a composição do samba-enredo da escola. No entanto, a presença da artista no desfile ainda é incerta, mas a expectativa em torno de sua participação é grande.
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