Sem perrengues, musos ousados e Silvio lembrado: a 2ª noite da Série Ouro

Segunda noite dos desfiles da Série Ouro, a série B do Carnaval do Rio, apresentou menos perrengues e erros em comparação à primeira noite — que teve colisão de carro e escolas penalizadas por estourar o tempo. Unidos de Bangu e Império Serrano, afetadas por incêndio, emocionaram por superação e chegaram a ter alas sem fantasias.
Como foi a segunda noite de desfiles da Série Ouro no Rio
Tradição: "Reza" foi o enredo da agremiação, que falou sobre a conexão com o sagrado e com Deus, além de pedir um mundo melhor. Fez homenagem a Silvio no esquenta ao lembrar samba-enredo de 2001, "Silvio Santos vem aí". Mulher Abacaxi, a Rainha de bateria, chamou atenção por fantasia ousada inspirada em Luma de Oliveira. Teve problemas e precisou correr no final, mas fechou apresentação no tempo.


União do Parque Acari: "Cordas de Prata - O Retrato Musical do Povo" celebrou a trajetória do violão como símbolo da cultura popular brasileira. Desenvolveu bem o enredo, fez um desfile correto e tem tudo para se manter na Série Ouro. Desfilou com 900 componentes, o número mínimo pedido pelo regularmente, e passou sem sufocos em relação ao tempo.


Acadêmicos do Vigário Geral: "Ecos de um Vagalume" trouxe o encontro de dois cronistas muito populares: o próprio Vagalume, coroado como Rei do Carnaval, e a escola de samba, autêntica intérprete das ruas do Rio de Janeiro. "Um diploma na mão faz calar o fuzil", canta trecho do samba-enredo da agremiação localizada no Complexo de Israel, um dos lugares mais perigosos da cidade. Bateria não entrou no segundo recuo e escola correu para fechar o desfile a tempo.


Unidos de Bangu: "Maraka'anandê - Resistência Ancestral" trouxe visibilidade a aldeia Marakanã, localizada ao lado do estádio que leva o mesmo nome. É uma das três escolas afetadas em um incêndio em fábrica que confeccionava fantasias, por isso, não será julgada. Wenny Isa, sua rainha de bateria, se emocionou ao falar da irmã Lexa — e luto após morte de sobrinha — antes de desfilar.


Unidos do Porto da Pedra: o enredo "A História Que a Borracha do Tempo Não Apagou" mostrou, mais uma vez, uma agremiação preocupada com a Amazônia e os povos originários que habitam nela ao mostrar o projeto de Henry Ford que visava construir uma cidade operária para plantio de seringueiras e produção de borracha. Como de costume, mostrou um abre alas com tigre imponente. Apesar de vir com 2000 componentes, passou tranquila pela Sapucaí. Entra para a lista de favoritas, com Estácio de Sá e União da Ilha.


São Clemente: o enredo "A São Clemente Dá Voz a Quem Não Tem" levou o vira-lata caramelo à Sapucaí, defendeu a causa animal e estimulou a adoção. A agremiação da zona sul apresentou alegorias simples e fez um desfile monotemático, apesar do encantamento do tema ser uma paixão nacional. Muso com quadril de 116 cm roubou a cena com o bumbum à mostra no Sambódromo.

Acadêmicos de Niterói: "Vixe Maria" foi um enredo que exaltou o Nordeste e a festa junina. Desfile com ingredientes bem brasileiros: festa, fé, cultura e diversão. Escola foi considerada a surpresa positiva da noite por comentaristas da transmissão da Band, fez um desfile com enredo popular e bonita execução.

Império Serrano: tradicional escola do Morro da Serrinha fez uma homenagem ao compositor Beto Sem Braço com o enredo "O Que Espanta Miséria é Festa". Desfilou com o sol já brilhando no centro do Rio. Também não será julgada por ser uma das três escolas atingidas por um incêndio em fábrica que confeccionava fantasias. Algumas alas desfilaram sem fantasias.

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