Conteúdo publicado há 24 dias

Musas e rainhas 'CLT' adaptam rotina para dar conta no Carnaval

Ensaios de rua, de quadra, do setor 11, com a bateria, técnicos, mais as gravações, entrevistas, desfile e — todas torcem — desfile das campeãs. Esta é a rotina básica de compromissos de uma passista, musa ou rainha de uma escola de samba. Já seria cansativo por si só, mas a maioria concilia o trabalho do Carnaval com um trabalho fixo e cria estratégias próprias para dar conta de tudo.

Maria Mariá, 22, é rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense há três anos e trabalha como assistente de comunicação em um canal de TV. Também é professora de taekwondo e CEO no espaço Legado, de lutas.

"É preciso administrar tudo isso e entender os horários vagos para conseguir dar conta e não ter tempo ocioso. Senão acumula e vira uma bola de neve, aí não dá conta", alerta.

Todo o dia de Maria é cronometrado em um aplicativo. Além disso, aproveita o tempo na academia, em deslocamento ou até a insônia para gravar áudios com lembretes, anotar e se organizar. Esta entrevista, por exemplo, foi respondida às três da manhã, durante um episódio de insônia.

Anna Karolina, musa da Vila Isabel
Anna Karolina, musa da Vila Isabel Imagem: Reprodução/Instagram @karolcaar

Quem tem a mesma rotina agitada e, obrigatoriamente, regrada é a musa Anna Karolina, da Vila Isabel. Vivendo o início da carreira no Direito, ela divide os compromissos da escola de Noel com o estágio em um órgão público.

Eu separo uma hora do meu dia para crossfit, com foco em resistência, habilidade, força, potência, flexibilidade, coordenação e equilíbrio
Anna Karolina, musa da Vila Isabel

A musa critica quem reduz as artistas da festa a pessoas "sem inteligência" por dançarem na avenida. "Musas e passistas, assim como qualquer outra pessoa, têm suas próprias habilidades, talentos e histórias de vida. É importante ter empatia e respeito, e lembrar que todos têm seu valor e contribuições únicos", alerta.

Maria Mariá conta que a ajuda da sua equipe de trabalho CLT é fundamental. "No trabalho, todos são compreensivos. E eu vou organizando, às vezes chego um pouco mais cedo para compensar, principalmente no mês que antecede. Mas eu também pego férias no 'ferver' do Carnaval", explica.

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E a rainha faz coro à musa.

Quando nos ofendem e é crime, a gente precisa denunciar. Mas quando acham que estão ferindo o nosso intelecto, que não somos protagonistas, criadores, pensadores, intelectuais, a gente responde fazendo o que elas não esperam: vivendo, produzindo e mostrando quem somos além de uma foto bonita. Quando a gente vive, nosso discurso chega antes da nossa presença
Maria Mariá, rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense

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