Estreia do Botafogo, colisão de carro, musas: o 1º dia da Série Ouro no Rio
A primeira noite de desfiles da Série Ouro 2025, a série B do Carnaval do Rio de Janeiro, ficou marcada por estreia de novata, perrengues e muita superação. Geralmente, as agremiações possuem poucos recursos para levar seus enredos à Avenida — em comparação com as do grupo de elite.
Como foi a primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro
Botafogo Samba Clube: com Marcelo Adnet, agremiação fez sua estreia na Sapucaí contando a história do clube de futebol no enredo "Uma Gloriosa História em Preto e Branco". Fumaça foi vista em um dos carros alegóricos e, por isso, bombeiros acompanharam de perto durante toda a Avenida. Fantasias também chegaram de última hora, causando correria na concentração.


Arranco: "Mães que Alimentam o Sagrado" foi o enredo escolhido pela escola do Engenho de Dentro para falar sobre a força da mulher. Com enredo de fácil leitura, agremiação passou sem sustos pela Avenida. Terceira alegoria fez homenagem a grandes personalidades femininas do país e do samba, como Rosa Magalhães, Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Madre Teresa. É a única escola do Rio a ter uma carnavalesca mulher.


Inocentes de Belford Roxo: agremiação reeditou o enredo campeão em 2008 no Grupo de Acesso B. "Ewe, a cura vem da floresta" foi idealizado pelo carnavalesco Jorge Caribé e, agora, teve adaptação do carnavalesco Cristiano Bara. O guia condutor do enredo é o poder da cura das doenças através das plantas e a necessidade de preservação das florestas. Carro teve problema no volante e não entrou na avenida, o que ocasionou buraco no início da apresentação. Em um desfile acidentado, também teve outros percursos e ultrapassou o tempo máximo, o que ocasionará a perda de um décimo.


Unidos da Ponte: escola que sofreu com incêndio em fábrica levou o enredo "Antropoceno - Ecos de Abya Yala em Meriti'yba" à Sapucaí para refletir sobre a crise ambiental através dos saberes indígenas. Apesar do incêndio, mostrou fantasias bem acabadas. Algumas alas, no entanto, passaram sem fantasias completas. Ultrapassou sete minutos do tempo regulamentado, mas devido ao incêndio, não será julgada — não pode cair para a Série Prata, nem subir para o grupo especial.


Estácio de Sá: agremiação com maior número de componentes na primeira noite, fez um desfile elogiado pelos comentaristas da transmissão na Band. Escola apresentou o enredo "O Leão Se Engerou em Encantado Amazônico", explorando a cosmologia dos povos originários da Amazônia, destacando os "Encantados", entidades que personificam as forças da natureza e se transformam para autoproteção. É uma das favoritas.


União de Maricá: apelidada como "a escola mais rica da Série Ouro" levou à Sapucaí o enredo "O Cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7", do carnavalesco Leandro Vieira. A escola homenageou Seu 7 da Lira, uma entidade da umbanda carioca conhecida por sua ligação com o samba e o carnaval. Sem perrengues, a escola levou fantasias e alegorias luxuosas, mas passou rapidamente pela Avenida. Desempenho que deve deixar agremiação na parte de cima da tabela.


Em Cima da Hora: "Ópera dos Terreiros - O Canto do Encanto da Alma Brasileira" foi o enredo da agremiação que retratou a potência negra em vários campos de atuação. Escola levou o som do violino para a Sapucaí, mas pecou em vários quesitos. Um carro perdeu o controle e se chocou contra as grades do Sambódromo. Na dispersão, dois carros colidiram. Erros provocaram correria e a perda de dois décimos por estourar dois pontos.


União da Ilha: última escola da noite começou o desfile depois das 6h30 com sol brilhando forte no Rio de Janeiro. Uma das favoritas ao título levou muita "baderna" em enredo que remetia uma figura do Brasil imperial, a bailarina Marietta Bardena e amante das ruas, que se uniu aos populares (pretos, nativos e mestiços das ralés).


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