R$ 6 milhões: Camarote da 'passarela do Apartheid' arruma nova encrenca

Dois camarotes do circuito Barra-Ondina foram autuados na sexta-feira (28) pelo Procon, em Salvador. Um deles é o camarote Glamour, que causou polêmica ao construir uma passarela ligada ao Morro Ipiranga - a estrutura gerou revolta entre moradores da região por bloquear ruas e prejudicar o trânsito.

O que aconteceu

O Procon autuou dois camarotes do circuito Barra-Ondina, em Salvador. Um deles já havia causado polêmica por construir uma passarela.

A punição, porém, não será efetuada em decorrência da passarela. O Procon autuou o Glamour por ausência de rampas de acesso e falta de sinalização. Pelas mesmas razões, o camarote Brahma também foi autuado no circuito.

As multas podem chegar a R$ 6 milhões. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, responsável pela operação do Procon, detalhou que os fornecedores autuados responderão aos processos administrativos, com direito a ampla defesa, antes de serem cobrados.

Relembre o caso da 'passarela do Apartheid'

O nome foi dado por moradores da região, segundo a revista Veja. A passarela foi criticada por bloquear ruas, prejudicar fluxo de carros e provocar impactos ambientais, conforme os relatos divulgados pelo site da revista. Apartheid foi o regime de segregação racial imposto por quase 50 anos na África do Sul.

Moradores também apontaram problemas na estrutura. Eles mostraram bases de concreto soltas por baixo da passagem em vídeos divulgados nas redes sociais. Uma das imagens foi compartilhada por Russo Passapusso, vocalista do grupo BaianaSystem.

A passarela foi interditada pela Justiça na quinta-feira (27), mas foi liberada no dia seguinte após a análise dos laudos técnicos. O Ministério Público da Bahia participou de uma inspeção no local acompanhado do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Corpo de Bombeiros da Bahia e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Sedur).

A estrutura foi defendida por Bruno Reis (União Brasil), prefeito de Salvador. "É mais um ganho para o Carnaval, um diferencial. Passarela não causa nenhum prejuízo para a população. Pelo contrário, só beneficia. São mais de 8.000 pessoas que ganham outro acesso aos camarotes. Medida traz mais conforto para quem está assistindo aos desfiles", disse.

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A passarela foi construída após iniciativa de Marcelo Britto, dono do camarote Glamour e empresário do cantor Leo Santana. A reportagem também buscou contato com as equipes do camarote e do artista, mas não obteve retorno sobre o posicionamento de Marcelo diante do caso.

O Carnaval de Salvador também teve estrutura interditada em 2024. Na ocasião, fiscais do Ministério do Trabalho proibiram o uso de uma estrutura montada para ambulantes efetuarem as vendas durante o período de festas. Uso do espaço foi liberado pela Prefeitura dias após o veto - a estrutura continua sendo utilizada pelos ambulantes no Carnaval deste ano.

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