Carnaval faz bem para a saúde, de alguns, dizem especialistas

Para quem gosta, parece tão bom, mas tão bom, que tem gente que chega a pensar que faz até bem para a saúde. E faz?

Estamos falando de Carnaval. Enquanto alguns escolhem viajar e descansar nesse período outros se entregam à folia em blocos, festas ou desfiles. Independentemente da escolha, este período se torna uma excelente oportunidade para sair da rotina e se reconectar com a alegria.

Para a psicanalista integrativa Priscilla Tavollassi, o Carnaval funciona como uma válvula de escape, permitindo que as pessoas se expressem de maneira criativa e extravasem emoções reprimidas.

Esse momento é uma excelente chance para liberar hormônios positivos, especialmente diante das pressões do dia a dia Priscilla Tavollassi, psicanalista

Priscilla também ressalta que o Carnaval tem uma longa história. "Na Grécia Antiga, o Carnaval estava associado à celebração da liberdade e do prazer", observa a psicanalista, destacando que

É uma época em que as normas sociais são temporariamente subvertidas, proporcionando uma experiência de prazer e autoconhecimento Priscilla Tavollassi, psicanalista

Desafio para alguns

No entanto, ela observa que, para algumas pessoas, a euforia do Carnaval pode ser desafiadora.

Pessoas com dificuldades em interações sociais ou que passam por períodos de tristeza muitas vezes preferem o isolamento", aponta Priscilla, destacando que esse comportamento é comum em indivíduos com fobia social ou questões emocionais.

Continua após a publicidade

Giovanna Rodrigues, publicitária de 24 anos, diz que o Carnaval impacta positivamente sua saúde mental. Ela afirma que o descanso proporcionado pelo carnaval também faz parte do seu autocuidado.

É um momento de descontração, onde consigo me afastar das responsabilidades e relaxar. Giovanna Rodrigues, publicitária

Por outro lado, Marcellie do Prado, zootecnista de 40 anos, revela uma experiência diferente: "Fico mais irritada durante o Carnaval. Tudo fica caro e tumultuado, e a desordem impacta minha rotina. Até as atividades mais simples são afetadas", desabafa.

Sinto uma sensação de desorganização geral na cidade. Isso me causa irritação e percebo essa mudança de humor há algum tempo. Marcellie do Prado, zootecnista

A psiquiatra Juliana Gomes Pereira acrescenta que para aqueles que não gostam do Carnaval, o excesso de estímulos sensoriais pode desencadear crises de ansiedade e piorar quadros depressivos.

Esses estímulos podem ativar circuitos neuronais de estresse pós-traumático e até provocar crises em pacientes psicóticos. O movimento intenso com muitos amigos e a exposição nas redes sociais também pode afetar negativamente pessoas mais introvertidas, que não se identificam ou não têm amigos para confraternizar dessa forma Juliana Gomes Pereira, psiquiatra

Continua após a publicidade

Priscilla Tavollassi alerta que, independentemente da experiência individual, o mais importante é manter o equilíbrio. "É essencial se divertir de forma responsável. O Carnaval é uma ótima oportunidade para liberar o estresse, mas sempre com consciência", afirma. Ela sugere manter cuidados com a saúde física e mental, como uma alimentação equilibrada, hidratação adequada e respeito aos próprios limites.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.