Carnaval: Unidos da Tijuca resgata tradição afro com Lógun Edé

A Unidos da Tijuca desce o morro do Borel, zona norte do Rio de Janeiro, com um enredo carregado de ancestralidade e religiosidade. Depois de mais de duas décadas sem levar um tema afro-religioso para a Sapucaí, a escola faz uma homenagem a Lógun Edé, orixá da surpresa e do inesperado, filho de Oxum e Oxóssi.
O carnavalesco Edson Pereira destaca a responsabilidade de resgatar essa conexão: "O Carnaval tem que ser desafiador, não só para mim, mas para todos os artistas. Esse ano, a Tijuca vem com um enredo muito forte e desejado pela comunidade. Estamos cumprindo a missão de trazer a escola de volta a esse lugar africanizado, de ancestralidade."
O intérprete Ito Melodia sente a força do tema na própria pele: "O orixá faz parte da minha história. Eu sou de umbanda, e essa energia me toca profundamente."
Na composição do samba-enredo, um time de peso: Fred Camacho, Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG e Diego Nicolau. Camacho fala sobre a missão de traduzir o enredo em versos que ecoassem na Avenida.
"Nosso desafio era escrever um samba com pertinência temática e, ao mesmo tempo, capaz de encantar. Graças a Deus, conseguimos emocionar com Lógun Edé."
O premiado mestre Casagrande, à frente da "Pura Cadência", destaca a inovação rítmica na bateria da Tijuca.
"Vamos substituir os nossos tambores tradicionais pelo atabaque e pelo agogô. Esse é o grande desafio. Quando se fala em criatividade, se fala em ousadia."
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