'Conheci meu marido no camarote': as lembranças de Carnaval dos famosos

Foi no Carnaval de 2015 que o ator e cantor Tiago Abravanel encontrou em meio à multidão de foliões a fantasia que faltava no bloco dele. "Conheci meu marido no camarote de Salvador. Depois de alguns dias, nos encontramos no trio da Ivete [Sangalo]. Gritei meu número de telefone para ele de cima do trio e nos encontramos em São Paulo. Estamos juntos há 10 anos", contou o neto de Silvio Santos.
O artista sempre foi fã da folia e tem a lembrança de se fantasiar quando criança no Carnaval.
Mas foi na adolescência que me tornei folião. A experiência adulta é ainda melhor. Tiago Abravanel em entrevista a UOL.
O ex-BBB ainda tem outras boas histórias na Bahia, como a da primeira vez em Salvador. "Fui aos 16 anos e não sabia como funcionava. Pedi para o motorista me levar ao circuito e ele me deixou no final, em Ondina. Acabei pegando o Carnaval no contrafluxo e demorei mais de quatro horas para atravessar tudo."
Em outro momento, Tiago comandava o Bloco Abrava na capital baiana: "Estava puxando o trio quando apareceu um grupo de palhaços dançando e me acenando. No final do Carnaval, Ivete Sangalo me mandou uma mensagem dizendo que curtiu o trio. Ela e sua família estavam fantasiadas de palhaços, e eu nem percebi."
Alessandra Negrini

Alessandra Negrini, atriz e rainha do bloco de rua Acadêmicos do Baixo Augusta, sempre se encantou pelo Carnaval, uma paixão que permanece até hoje. "Sempre amei a folia, essa história de se fantasiar, desde garotinha. Achava tudo lindo e continuo achando."
Eu gosto dessa ideia de sair da rotina e sentir o mundo pela alegria da música e da dança. Alessandra Negrini, sobre o Carnaval
"Me lembro de ganhar um concurso de melhor foliona no clube, quando era adolescente, e de minha mãe fazendo as fantasias comigo, comprando tecido, inventando coisas."
No Baixo Augusta, Alessandra guarda lembranças marcantes. "São todas as memórias boas", diz ela, sobre os mais de 10 anos de participação no bloco. "Lembro bem da primeira vez que desfilamos pela Consolação e a reação das pessoas nos prédios. Estávamos todos vivendo aquilo pela primeira vez, foi lindo!"
Entre as lembranças, uma se destaca: o momento em que mulheres indígenas desfilaram ao seu lado, de mãos dadas. "Quando as mulheres indígenas entraram comigo de mãos dadas, foi muito forte e impactante."
Para Alessandra, o Baixo Augusta é mais do que um bloco de rua; é uma experiência coletiva única, capaz de criar conexões profundas. "O carnaval para mim continua sendo uma celebração de vida, arte e comunidade", finaliza.
Silva

As memórias de Silva remetem à infância em Vitória, onde nasceu. "Minha cidade era carnavalesca, com uma mini Sapucaí. Nos anos 90 e 2000, o Carnaval era muito forte", contou. No entanto, por conta da família evangélica, o músico não podia participar da festa.
Eu não podia ir às festas. Minha mãe dizia que só quando eu fosse adulto. E, quando finalmente me tornei adulto, o Carnaval já não era tão forte. Silva, sobre o a folia em Vitória
O ponto de virada foi em 2018, quando um amigo sugeriu que criasse um bloco de Carnaval. "Foi aí que percebi que estava criando uma marca. O bloco cresceu muito e trouxe um mercado novo para mim", conta.
Para Silva, o bloco significou sair da zona de conforto. "A memória do bloco é ter feito algo que nunca tinha feito antes. Não me preparei, mas foi uma experiência única."
Daniela Mercury

Em 2011, Daniela Mercury fez história no Carnaval de Salvador ao unir várias expressões artísticas no trio elétrico, com a coreografia de Débora Colker e a participação de artistas plásticos como Delson Uchoa, Bel Borba, Iuri Sarmento e Luís Tourinho. A pintura realizada durante o cortejo foi uma homenagem a Tarsila do Amaral.
Daniela recorda com carinho. "O dia da pintura foi fascinante para mim. Foi maravilhoso ver os quadros e roupas sendo pintados ao mesmo tempo em que eu cantava", recorda.
Ela também destaca a beleza da coreografia: "Ver Débora Colker coreografando a multidão de cima do trio elétrico também foi lindo."
Wilson Simoninha

O cantor Wilson Simoninha, um dos principais símbolos da folia de rua de São Paulo, tem uma relação antiga com a festa. "Sempre gostei do Carnaval, mas me afastei quando os blocos sumiram. Com o Baixo Augusta, reencontrei minha paixão", diz.
"Em 2012 e 2013, vi as ruas tomadas por pessoas fantasiadas e percebi que algo grande estava acontecendo", afirma. "Isso pode ser comum hoje, mas naquela época não era", complementa.
Ele cita a influência do pai, Wilson Simonal, nessa paixão. "Meu pai desfilava nas escolas de samba, sempre envolvido com essa grande festa que é o Carnaval", recorda.
O primeiro desfile na Mangueira, nos anos 80, foi marcante: "A energia era incrível. A escola estava passando por dificuldades financeiras e eu vi o Jamelão fazendo um discurso emocionante para animar os integrantes"
Mariana Aydar

A cantora Mariana Aydar guarda com carinho as lembranças da folia na Bahia. "Eu amo o Carnaval desde criança. Quando era criança ia nos clubes, mas quando virei adolescente, passei a frequentar o Carnaval de Salvador, que foi o lugar que me fez realmente uma foliona, foi minha escola", lembra.
A relação com a festa se intensificou quando teve a chance de cantar ao lado de Daniela Mercury, que considera uma grande referência. "Minha escola mesmo de Carnaval foi atrás do Trio Elétrico de Salvador", afirma Mariana.
Em 2014, Mariana teve a oportunidade de comandar o próprio trio. "O primeiro ano foi muito emocionante, porque mesmo com a experiência de trio, nunca tinha levado um sozinha. Gilberto Gil,foi quem apadrinhou o trio. Ver ele subindo no trio e as pessoas gritando 'Gil, Gil, Gil', foi um momento muito especial. Ele também ficou emocionado vendo o Carnaval nascer em São Paulo", conta.
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