Incêndio em fábrica de fantasias entra para a lista do Carnaval do Rio

Faltando pouco mais de duas semanas para os desfiles, pelo menos cinco escolas da Série Ouro foram afetadas pelo incêndio em uma fábrica de confecção em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mas não foi a primeira vez que um incêndio mudou os rumos do Carnaval do Rio de Janeiro.

O que aconteceu

  • Em dezembro de 1992, a Acadêmicos do Salgueiro foi atingida. A escola viu um incêndio causar prejuízos em seu barracão, destruir carros alegóricos e 1.500 fantasias em apenas 20 minutos. Além disso, a escola perdeu tecidos e máquinas de corte e costura. Na ocasião, a escola se preparava para o desfile de 1993 com o enredo "Peguei um Ita no Norte", que acabou se tornando um marco.
  • Em 1999, foi a vez da União da Ilha. Faltando cerca de um mês para o Carnaval, o barracão da União da Ilha foi consumido pelas chamas, que destruíram todas as alegorias. Dois anos depois, em 2001, foi a vez da Imperatriz Leopoldinense vivenciar a tragédia meses antes do desfile.
  • O pior dos incêndios da história do Carnaval do Rio ocorreu em 2011, na Cidade do Samba. Mais de 120 bombeiros levaram aproximadamente quatro horas para combater as chamas nos barracões da Grande Rio, Portela, União da Ilha e na sede da Liga Independente das Escolas de Samba. O fogo acabou com 7.800 fantasias, nove carros alegórico e deixou prejuízo de R$ 20 milhões.
  • A fatalidade despertou a ajuda das outras escolas. Naquela época, houve uma grande mobilização entre ferreiros e costureiros de outras escolas, que se uniram para tentar minimizar os danos e garantir que todas pudessem desfilar.
Bombeiros trabalham no incêndio da fábrica Máximus, em Ramos, no Rio
Bombeiros trabalham no incêndio da fábrica Máximus, em Ramos, no Rio Imagem: Lola Ferreira/UOL

Funcionários fugiram das chamas

Na na manhã desta quarta-feira (12), um incêndio atingiu a fábrica Máximus, em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Os funcionários fugiram da fumaça e das chamas, alguns se penduraram na janela.

  • 21 pessoas estão feridas, sendo dez em estado grave. Hospital do Andaraí recebeu a vítima mais grave, informaram os bombeiros, mas ainda não há detalhes sobre a extensão dos ferimentos. Outras dez foram encaminhadas ao Hospital Estadual Getúlio Vargas e, segundo a Secretaria de Saúde do estado, três homens e seis mulheres tiveram queimaduras nas vias aéreas após inalarem fumaça tóxica. Uma outra mulher passou apenas por avaliação da equipe médica.
  • Outros três hospitais atendem as vítimas. Segundo o corpo de bombeiros, os trabalhadores foram encaminhados para os hospitais Souza Aguiar, Evandro Freire (unidade Ilha do Governador) e ao Hospital Federal de Bonsucesso, que recebeu três pacientes. As duas mulheres e um homem estão estáveis, informou a administração da unidade. Não havia detalhes sobre o estado de saúde dessas vítimas até a última versão deste texto.
  • Incêndio está em fase de rescaldo. Desde às 7h39 seis equipes dos bombeiros trabalharam para controlar e apagar o fogo. A corporação também foi responsável pelo resgate das vítimas presas às janelas.
  • A fábrica atingida é a Maximus Confecções, que produz roupas e fantasias para o Carnaval. Segundo o site da empresa, ela é especializada em produções para escolas de samba e uniformes militares. Ainda não há informações sobre a causa do incêndio, segundo os bombeiros. O UOL tentou contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno. O texto será atualizado tão logo haja resposta.
  • Prédio não tinha aval de segurança do Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, a fábrica não estava com o laudo atualizado e, portanto, não poderia estar em funcionamento. O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou que autuou com urgência uma Notícia de Fato para apurar as condições de trabalho do local.
  • Império Serrano informou que todas as fantasias para o Carnaval estão na fábrica. Em nota, escola de samba lamentou o incêndio e disse estar focada em garantir a segurança de todos os envolvidos neste acidente.
  • Outras escolas também foram impactadas. As agremiações Unidos da Ponte e Unidos do Parque Acari também se pronunciaram dizendo que toda a produção de fantasias estava na fábrica. Já as escolas União da Ilha do Governador e Unidos do Porto da Pedra afirmaram que possuíam produções de parte do desfile em responsabilidade da fábrica.
  • Nenhuma escola afetada será rebaixada, garantiu prefeito. Eduardo Paes (PSD) disse que conversou com o presidente da Liga RJ, Hugo Júnior, e que as três escolas da liga Ouro que foram afetadas, se puderem desfilar, vão ser consideradas 'Hors concours'.

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