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Cordão do Boitatá canta marchinha sobre investigação da PF contra Bolsonaro

Um salão de clube a céu aberto, como antigamente. O Bailão do Cordão do Boitatá reúne milhares de pessoas na Praça XV, Centro do Rio. O cortejo foi marcado por pedidos de contribuição para o projeto e críticas ao bolsonarismo e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Rolou até uma marchinha inédita sobre a investigação que o político foi alvo.

"Foi a estreia mundial presencial. O Boitatá tem uma tradição de ser um carnaval progressista antenado com os ideais que a gente tem de uma sociedade justa, democrática. Tem tudo a ver cantar isso aqui. Um palco com esses artistas todos estão se apresentando aqui e para esse público que é totalmente receptivo", disse ao UOL Luis Felipe Lima, compositor da música junto com Pierre Aderne.

O clima era de euforia sobre as últimas notícias que vieram de Brasília. Um dos vocalistas da banda exaltou a investigação que apreendeu o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro."Já já vamos comemorar a prisão do genocida! Tá chegando perto", disse ele.

Outra vocalista, fez coro e incentivou os foliões a beijarem na boca. Com uma ressalva. "Hoje é dia de beijar na boca! Mas primeiro pergunta em quem a pessoa votou", disse ela, sob os gritos da multidão.

Vestida de deusa grega Têmis, que representa a Justiça, a aposentada Graça Mello, porém, lembra que o Brasil é o país da impunidade. E vê com cautela a prisão de Bolsonaro."A justiça no Brasil é só para os ricos", disse ela.

O bloco faz seu 18º Bailão Multicultural com o tema: "Legado, Movimento e Transformação". Há 5 anos que o grupo faz um Carnaval livre e sem patrocinador. Para eles, o modo de fazer a festa também é uma escolha política.

"Esse modelo de Carnaval que temos hoje precisa ser discutido. Faz um Pix para o Boitatá. A gente precisa continuar fazendo nosso Carnaval, de forma independente. Não queremos ficar na mão de nenhuma multinacional", disse um dos puxadores.

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