Acadêmicos do Tucuruvi revela os mistérios do Ifá e fecha Carnaval de SP
Já quase no amanhecer do dia, a Acadêmicos do Tucuruvi —sétima e última escola a desfilar— levou para a avenida a filosofia do "Ifá", uma religião de matriz africana ainda pouco conhecida no Brasil.
A Tucuruvi foi fundada por moradores do bairro em 1976 e, em 2024, corre atrás do seu título inédito no Grupo Especial do Carnaval paulistano.
No Anhembi, a escola de samba surpreendeu ao explicar detalhes de "Ifá", uma filosofia que nasceu entre os iorubás, considerado um dos maiores grupos étnico-linguísticos da África Ocidental. É a primeira vez, em sua história, que a Tucuruvi tratou de um tema relacionado a uma religião de matriz africana.
Ori canta o Filá, salve meu Babalawô | Terra, Fogo, Água e Ar, Obará | Nos olhos de Opón Ifá vejo o fim da minha dor | E na gira das Yás, Odara | Respeitem minha ancestralidade | Tolere a diferença na raiz | Meu samba luta pela igualdade | No ilê da Cantareira sou Feliz | Negra cultura, nossa essência | Na filosofia, na religião | Herança de Ifá é resistência | Me abraça, somos irmãos!
Trecho do samba cantado pelo intérprete Hudson Luiz
Carla Prata, rainha de bateria, que já revelou ter parentes que são praticantes do Ifá, desfilou com fantasia luxuosa e mostrou simpatia e samba no pé. Ela veio à frente dos ritmistas, comandados pelo mestre Serginho.
A bateria foi de Babalawô, o sacerdote do Ifá. Carla Prata, representava a força do Ifá.
Já Luan Caliel e Waleska Gomes formaram o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Eles estão juntos desde 2020. A assinatura da coreografia da comissão de frente ficou a cargo de Renan Banov. O presidente da escola é de Hussein Abdo Elselam, mais conhecido como o senhor Jamil.
A Tucuruvi nunca ganhou o título da divisão de elite do Carnaval paulistano. Tenta agora o seu primeiro caneco. No ano passado, a escola ficou na 11ª posição.
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