São Paulo é cidade para elite, critica Negrini nos 15 anos do Baixo Augusta
Musa do Acadêmicos do Baixo Augusta, a atriz Alessandra Negrini conversou com Splash sobre os 15 anos do bloco, que vai à rua neste domingo (4), na Consolação, em São Paulo.
O que ela disse
Splash - De 15 anos de bloco, você faz parte dele há mais de dez. Como é essa sensação da história de um dos blocos mais tradicionais do Brasil estar tão ligado a você e ter visto o crescimento dele de tão perto?
Alessandra Negrini - Eu entrei e o bloco era bem pequenininho, um grupo de amigos, e foi virando o que virou: um dos maiores blocos do Brasil. Foi a custa de muito esforço, muita persistência dos organizadores, muita alegria e muita satisfação de fazer parte disso, todo mundo é muito apaixonado. Baixo Augusta é um bloco feito com muita paixão e muita dedicação, porque não é fácil fazer o que a gente faz ali. Não é nada fácil.
Splash - Esse ano o tema do bloco é "Resiste Amor em SP" e em todo ensaio o Alê Youssef [criador do bloco] faz questão de ressaltar isso. Como você enxerga a potência dessa frase, já que antes a gente falava "Existe Amor em SP"?
Alessandra Negrini - A gente tem esperança que São Paulo chegue no lugar da cidade que merece ser. São Paulo poderia estar entre as melhores cidades do mundo, tem potencial para isso. O que vai fazer isso acontecer realmente é a coletividade, é o amor pelo coletivo e pensar que a cidade tem que acolher a todos. A cidade não é só para alguns, a cidade é para todos. Ela tem que acolher as diferenças, mas ela tem que tratar bem seus cidadãos. 'Resiste Amor em SP' é isso: a gente está na luta ainda para fazer dessa cidade uma das maiores cidades do mundo [...] A nossa forma de atuação é essa: levando a música, cidadania, acolhendo as diferenças e pedindo por uma cidade melhor, uma cidade mais justa. Na minha opinião, uma cidade nunca vai ser boa enquanto for uma cidade só para a elite, uma cidade tem que ser para todos, todo mundo tem que ter a possibilidade de caminhar tranquilo, caminhar sabendo que a cidade te acolhe. Por uma cidade mais acolhedora e mais amorosa, essa é a ideia.
Splash - Como é para você essa época [de Carnaval]? Você prioriza só o bloco ou consegue dar conta de tudo?
Alessandra Negrini - Eu me dedico o que eu consigo me dedicar, às vezes eu tô trabalhando na época. Mas, para mim, o importante é eu conseguir chegar lá no dia com uma fantasia no lugar e ter alegria e disposição para passar para as pessoas. Tem uma energia boa e contagiante o prazer de estar ali, de fazer parte disso. Essa é a minha única cobrança, porque às vezes não dá tempo. Já teve ano que cheguei de uma filmagem no sertão do Nordeste e fui direto para o bloco. A minha dedicação é essa.
Splash - E esse ano é até curioso que vai ter a valsa e a Orquestra Sinfônica de Heliópolis no meio de um bloco.
Alessandra Negrini - A gente faz 15 anos. É uma homenagem a coisa de ser debutante. É uma orquestra especial, porque é a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, que tem uma importância para a cidade de São Paulo. O bloco Baixo Augusta celebra a cidade de São Paulo e a Orquestra de Heliópolis é um dos lugares onde existe amor em SP [...] A valsa é uma brincadeira. Uma grande brincadeira, mas a importância da orquestra é para a cidade de São Paulo e ela faz a diferença.
Splash - Qual sua expectativa [para o desfile] esse ano? Dá um frio na barriga ou já tira de letra?
Alessandra Negrini - Não, não tem tirar de letra. Não existe isso. Quando a gente tem amor por uma coisa, se tirar de letra significa não ter graça. Sempre dá um frio na barriga. Sempre dá um frio na barriga. O dia que deixar de dar frio na barriga, perdeu a graça.
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