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Carlinhos Brown: 'Usam o termo palmiteiro, mas amor não tem cor, é química'

Carlinhos Brown, 61, em entrevista à GQ Brasil:

Iguadade racial e "palmitagem": "A escravidão foi equivocada e brutal. Nós precisamos dar um salto nessa questão da igualdade racial, mas vejo negros usando o termo 'palmiteiro' [quando uma pessoa negra se relaciona com uma branca]".

"O amor não tem cor, é química, e devemos encontrar a felicidade onde ela estiver. Nossa luta deve ser por uma educação fortalecida e pelo combate ao racismo", disse Brown, precursor do axé nos anos 80.

A mãe do artista, Madalena Santos, sonhava com o filho pastor, já o pai, Renato Freitas, queria o primogênito babalorixá: "Sou o resultado desse sincretismo".

"Nasci em uma roça dentro dos terreiros de candomblé, e foi aí que desenvolvi uma paixão sonora pelo tambor. [...] Subi em um trio para nunca mais sair", falou o artista que chega ao seu 45º Carnaval.

Trabalho como influência decisiva na carreira, principalmente na criação de hits de Carnaval: "A essência é a mesma: criar uma mensagem que precisa envolver determinado espaço de tempo e dominar o coletivo".

Presença atual de outros gêneros musicais nos blocos e trios de Salvador não incomoda: "O que fizemos influenciou o mundo, do reggaeton ao funk carioca. É como se a presença deles no Carnaval fosse um retorno, uma devolução do que demos. A Bahia nunca se mostrou preconceituosa com nada, porque o axé music é uma boca gulosa que mistura tudo", argumentou.

"A coisa se popularizou tanto que, hoje, o maior Carnaval de axé do Brasil fica em São Paulo, não na Bahia. E que bom que se descobriu o trio elétrico como um palco para todos. Que siga assim", finalizou.

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