Bloco Simpatia é Quase Amor exalta democracia em desfile político no Rio
Já são 39 anos de bloco e muita história. Em desfile político, o Simpatia é Quase Amor passou neste sábado (11) pelas ruas de Ipanema entre gritos de "viva a democracia", "viva a ciência" e o samba em homenagem ao compositor Aldir Blanc, que morreu em 2020.
Tatiana de Sá, uma das filhas de Blanc, cantava empolgada o samba que exaltou seu pai.
"É incrível. O samba está lindo e tenho certeza que meu pai está emocionado onde estiver. Essa homenagem aproxima ele da gente e, como diz um verso do samba: 'deixa a tristeza pra lá'", conta ela emocionada ao UOL.
O trajeto teve início na Praça General Osório, em Ipanema, e seguiu em direção à Avenida Vieira Souto, via da praia de Ipanema, até a rua Henrique Dumont. Entre os foliões, amor e sexo dava o tom das fantasias.
Quatro amigas de Santa Cruz faziam sucesso com a fantasia de Ministra do Namoro. Tatiana Pereira, estudante de psicologia, explica que "saíram assim porque os pretendentes estão em baixa".
Bloco Simpatia É Quase Amor abre a tarde ensolarada no Rio de Janeiro
Com o tempo nublado, o fim do bloco foi debaixo de chuva, mas sem atrapalhar a alegria da festa.
O nome do bloco, que fez seu primeiro desfile em 1985, é inspirado num personagem de uma crônica de Aldir Blanc. Sua criação esbarra na História do Brasil, que naquele momento saía de vinte anos de Ditadura Militar.
"Nunca pensei que teria que fazer uma ponte com o momento de nascimento do bloco pós-Ditadura. Mas foi preciso, e esse ano é de fato o Carnaval da democracia e do fortalecimento da vontade popular", explica Tomaz Miranda, um dos sete compositores do samba-enredo e puxador do bloco.
O cantor e compositor Moacyr Luz, amigo de Aldir Blanc, esteve presente na homenagem e ressaltou a importância de manter viva a memória da cultura brasileira.
"Vim no Simpatia pela primeira vez com o Aldir, e estar aqui quase 40 anos depois celebrando a obra, a vida e sua imagem é muito importante", lembra o cantor.
Henrique Brandão, um dos fundadores do bloco, também lembrou da convivência com o compositor e de como ele se orgulhava de ter sua obra vinculada ao grupo de foliões.
"Ele dizia da emoção de ter um bloco com o nome de um personagem dele. E que melhor era ser lembrado por isso do que virar uma estátua na rua para passarinho fazer cocô", conta o fundador.
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