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Espanha: Grupo usa roupas nazistas em desfile de Carnaval e é criticado

Desfile de Carnaval na Espanha tem tema em referência ao nazismo e o holocausto - Reprodução / Youtube
Desfile de Carnaval na Espanha tem tema em referência ao nazismo e o holocausto Imagem: Reprodução / Youtube

Do UOL, em São Paulo

26/02/2020 10h59

Um grupo de pessoas desfilou com roupas de oficiais nazistas e prisioneiros de campos de concentração nas ruas da cidade de Campo de Criptana, na Espanha.

As apresentações faziam parte do desfile de Carnaval da região central de Castilla-de-la-Mancha. Na última segunda-feira (24), a Associação Cultural El Chaparral encenou uma mostra do Holocausto de carros alegóricos. Um deles representava chaminés das câmaras de gás.

Segundo o jornal inglês The Guardian, o objetivo da associação era fazer um tributo aos "6 milhões de homens, mulheres e crianças judias que morreram no Holocausto e a todos aqueles que sofreram perseguição e extermínio por causa de sua raça, orientação sexual, religião, origem étnica ou ideias políticas", como identificado em uma alegoria. A associação se desculpou pela conta oficial no Instagram, dizendo que essa não era a mensagem que eles gostariam de passar.

Em um comunicado, o conselho da cidade de Campo de Criptana disse que a permissão foi concedida sob o entendimento de que honraria os mortos do Holocausto. "Compartilhamos as críticas que foram expressas", acrescentou. "Se o objetivo era comemorar as vítimas, é óbvio que a tentativa ficou aquém". Em entrevista a rádio local Cadena Ser, o prefeito da cidade, Santiago Lázaro, disse que concorda que o tema não seja o mais adequado ao Carnaval e acha que isso não vai acontecer novamente.

A embaixada de Israel na Espanha repudiou o desfile pelas redes sociais. "Condenamos a representação vil e repugnante banalizando o Holocausto no Carnaval de Campo de Criptana, tirando sarro dos seis milhões de judeus mortos pelos nazistas. Os países europeus devem combater ativamente o antissemitismo!", disse o comunicado.

Já o Museu de Auschwitz, criado em lembrança ao maior campo de concentração que operou na Segunda Guerra Mundial, tuitou: "Difícil de descrever: a memória está de cabeça para baixo, passando da vulgaridade e do sensacionalismo [em tradução livre]. Sem nenhum tipo de relevância, reflexão e nem respeito".

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