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Galo da Madrugada já toma conta do Ibirapuera, com réplica de 4,5 metros

Marley Galvão

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/02/2020 08h30

Com expectativa grande, o Galo da Madrugada já "cisca" em São Paulo e mostra que tradição e Carnaval são coisas sérias. Nos primeiros raios de sol da manhã de terça, 25, três trios já posicionados afinam os detalhes. Afinal o Galo vira turista pela primeira vez em sua história. E se faz bonito lá em Recife, na capital paulista não pode deixar por menos.

O Galo já é maduro e tem 43 anos. Respeite sua trajetória, pois ele entrou para o livro dos recordes com desfiles que atraem mais de 1 milhão de foliões. Rei do carnaval pernambucano, traz versão menor para agitar o Carnaval de rua da capital paulista.

O Galo trouxe quatro réplicas do famoso galo gigante, a mais alta com 4,5 metros de altura. O galo original que desfila no Recife tem 28 metros. O tema deste ano é "Xilogravuras no Cordel do Frevo", que mistura duas expressões da cultura pernambucana - a literatura de cordel, com seus folhetos de traços simples e ironia apurada, e os ritmo da terra.

Além do cantor oficial, Gustavo Travassos, o bloco traz Fafá de Belém para agitar a folia na capital paulista. Ela se emocionou no camarim e, pouco depois, já subiu ao trio para comandar a festa, com marchinhas famosas no Carnaval pernambucano.

"Só de ouvir o Gustavo (cantor oficial do bloco) meu coração dispara. Trazer toda a cultura nordestina para o Carnaval de São Paulo é indescritível. Estamos trazendo o interior do Brasil do sertão, nossas riquezas culturais para esta cidade que enxerga no nordestino uma grande força", disse Fafá.

Aquecimento

Dançarinos de frevo, maracatu se preparam desde o começo da manhã para o desfile. E logo atrás deles, o Bloco de Pedra, com sua banda regida pelo mestre Marconi se posicionou com seus 60 componentes. O repertório, claro, as músicas que arrastam multidões em Recife há 43 anos.

E o que não faltam são os bonecos tradicionais, como o de Alceu Valença e Luís Gonzaga.

Para o dançarino paulistano Rodrigo Cristalino, da Companhia de Dança Brasilica, filho de pernambucano, é pura emoção estar no Galo. "Estar aqui é ter contato com a minha ancestralidade. Meu pai nunca viu o Galo, mas sabemos de sua história e fazer parte dessa festa aqui é muito emocionante ".

Sobre o Galo da Madrugada

No início, o bloco saía bem cedinho, entre 5h30 e 6 horas e geralmente acordava a cidade. Daí seu nome. Com o tempo, o desfile passou a começar às 9 horas e só termina quando escurece. É uma verdadeira maratona de 9 horas, com 30 trios elétricos e uma multidão, que foi parar no livro dos recordes. Mais de 1 milhão de pessoas têm encontro marcado com o Galo todos os anos.

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