Bloco Família Sabotagem anima as ruas do Jardim Samara, em São Paulo
Uma comunidade unida em torno de um objetivo: proporcionar diversão em uma região com pouquíssimas opções de entretenimento para jovens e crianças. Esse é o bloco Família Sabotagem.
Nascido da torcida do time de futebol do Jardim Samara, em São Paulo, o Família Sabotagem se tornou bloco há três anos. "Nosso time sempre foi conhecido pela bateria da torcida. Em jogos perto, íamos e voltávamos a pé e tocando nossa bateria. Daí surgiu a ideia de montar o bloco", contou o diretor Marcos Guedes.
Para o presidente do bloco, Edson Barbosa, o sucesso está em proporcionar diversão para a comunidade. "Aqui não tem parque, não tem cinema, só futebol. O Bloco é a diversão de toda uma comunidade que se envolve o ano todo", disse.
Eder Barbosa, diretor e fundador do time de futebol que leva o mesmo nome do bloco, estava com os filhos Kaleb, Bianca, Lucas e Renan. "Essa é a diversão da garotada, que espera o ano inteiro por isso."
O bloco tem 20 dirigentes, sendo três mulheres. Dona Dudu, como é conhecida Virgínia Miglore, está com o grupo desde o começo. "Prestamos atenção em todos os detalhes para fazer o melhor Carnaval para nossa comunidade. Os jovens não precisam sair do bairro para encontrar diversão", contou.
Samba enredo de protesto
O Samara não morreu, nem morrerá
Deixa quem quiser falar
Tem o seu na história
Escrito pelos 20 diretores do Bloco, o enredo deste ano é de protesto. "A prefeitura acabou com o Jardim Samara. Agora, de acordo com ela, nosso bairro pertence ao Jardim Hercília. Mas temos uma história aqui e não pode ficar deste jeito" disse um dos cantores, Zezó do Samara.
O diretor Guedes conta mais desta história. "Em 2018, descobrimos que não éramos mais Samara. Ninguém da prefeitura conversou conosco, ficamos todos muito tristes com a mudança."
Barbosa, o presidente, vai além. "A prefeitura promete muito e faz pouco, quase nada. Precisamos arregaçar as mangas aqui no Jardim Samara."
Desfile para as famílias
Nos três anos em que o bloco sai pelas ruas do Jardim Samara, nenhuma ocorrência foi registrada. "Estamos com nossas famílias, nossas crianças e o clima é de paz", disse Guedes.
Vizinhos saiam em suas janelas e quintais esperando o bloco passar. As crianças estavam eufóricas com suas espumas e confetes. Uma energia de tranquilidade e empoderamento do bairro reinava pelas ruas.
O desfile percorreu cinco ruas do Jardim Samara e manteve os foliões animados. O mestre da bateria, Roberto Neto, puxou marchinhas, sambas clássicos e, claro, o enredo da Família Sabotagem de 2020.
Trabalho social
O bloco Família Sabotagem é financiado pelos diretores e pela venda dos abadás. "Os comerciantes da região também colaboram, eles pagam os abadás e nós vendemos. Tem lojista que compra 10, outros 100", contou o diretor Jefferson Nilo Romão.
Mas o dinheiro arrecadado com o abadá não é apenas para o desfile do bloco no carnaval. O presidente conta que o valor é revertido em cestas básicas doadas para os mais carentes e para eventos beneficentes como páscoa, dia das crianças e natal. "Neste último natal, distribuimos 800 caixas de bombons para as crianças. Esse é um trabalho de um ano inteiro", finalizou.
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