Portela fecha 1º dia de desfiles com brilho, 'arrastão' e grito de 'campeã'
Resumo da notícia
- Portela encerrou o desfile à luz do dia com muita cor e brilho
- Desfile assinado por Renato Lage e Márcia Lage celebrou primeiros indígenas do Rio
- Com gritos de 'É campeã!', escola finalizou com 'arrastão' de milhares de foliões
Tendo o amanhecer carioca como pano de fundo, a Portela entrou na Sapucaí propondo a "conscientização política e social da coletividade no Brasil", com o samba-enredo "Guajupiá, Terra Sem Males" no Carnaval 2020. O tema indígena retomou a história dos primeiros habitantes do Rio, fechando em grande estilo o primeiro dia do Grupo Especial, marcado por belezas, discursos engajados e problemas em carros e na evolução de desfiles.
A agremiação retomou a grandiosidade de seus últimos desfiles, promoveu um show de luzes e de fantasias e alegorias repletas de plumas artificiais. Alas coreografadas e muito capricho técnico deram o tom daquela que já pode ser apontada como uma das mais belas apresentações da folia. Após quebrar um jejum de mais de 30 anos em 2017, quando se sagrou campeã, a Portela vem novamente como favorita, aposta certa para o desfile das campeãs.
Comissão antropofágica
O coreógrafo Carlinhos de Jesus criou uma comissão de frente que encenou um ritual de antropofagia do povo tupinambá, com direito a captura e decapitação de um homem. Os índios da tribo tupinambá, que tinham o cabelo raspado no meio da cabeça, tingiam o corpo de azul para cometer atos de canibalismo. Em entrevista ao UOL, Jesus disse que não esperava aplausos. "Ideia era chocar".
Como veio a águia
A Portela traz sempre uma questão quando chega a sua vez: como aparecerá a mítica águia que simboliza a escola e sua rica história? Este ano, no carro abre-alas, ela veio mais baixa e em uma versão luminosa, com cabeça e asas articuladas, que pareciam se multiplicar em ondas. Um belo e inédito movimento, que surpreendeu.
Luzes do dia
Fim da era topless?
Arrastão
Samba-enredo
"Guajupiá, Terra Sem Males"
Compositores Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, José Carlos, Zé Miranda, Beto Aquino, Pecê Ribeiro, D'Sousa e Araguaci
Intérprete Gilsinho
Clamei aos céus
A chama da maldade apagou
E num dilúvio a terra ele banhou
Lavando as mazelas com perdão
Fim da escuridão
Já não existe a ira de Monã
No ventre há vida, novo amanhã
Irim Magé já pode ser feliz
Transforma a dor
Na alegria de poder mudar o mundo
Mairamuana tem a chave do futuro
Pra nossa tribo lutar e cantar
Auê, auê, a voz da mata, okê, okê arô
Se Guanabara é resistência
O índio é arco, é flecha, é essência
Ao proteger karioka
Reúno a maloca na beira da rede
Cauim pra festejar? purificar
Borduna, tacape e ajaré
Índio pede paz mas é de guerra
Nossa aldeia é sem partido ou facção
Não tem "bispo", nem se curva a "capitão"
Quando a vida nos ensina
Não devemos mais errar
Com a ira de Monã
Aprendi a respeitar a natureza, o bem viver
Pro imenso azul do céu
Nunca mais escurecer
Índio é tupinambá
Índio tem alma guerreira
Hoje meu Guajupiá é Madureira
Voa Águia na floresta
Salve o Samba, salve ela
Índio é dono desse chão
Índio é filho da Portela
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