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Esfarrapado, 1º bloco de SP, faz Carnaval tradicional e familiar no Bixiga

Sara Puerta

Do UOL, em São Paulo

24/02/2020 12h44

Na esquina das ruas 13 de Maio e Conselheiro Carrão, no mesmo quarteirão da tradicional Igreja Nossa Senhora Achiropita, há 73 anos o Bloco Esfarrapado desfila na segunda-feira de Carnaval.

Hoje, foliões de todas as idades se reuniram na esquina, promovendo um grande encontro de gerações ao som de marchinhas, no estilo mais tradicional de Carnaval, com confetes, espumas e muitas fantasias.

A professora Paula de Souza Lima, 38, que é carioca e mora em São Paulo há 12 anos, reveza seus carnavais entre as duas capitais. "Nos anos paulistas, a minha escolha é o Esfarrapado. É tradicional, com as músicas, o clima e nas fantasias. Lembra bastante o Rio de Janeiro", disse.

Anitta Mendes também nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em Curitiba e veio aproveitar os blocos de São Paulo. Foi ao Esfarrapado com filhas e netas e caprichou no look cheio de brilho. "Quem fez a programação de blocos foi minha filha, mas estou amando esse. Bom para todo mundo", definiu.

Os moradores do edifício Jambalaya criaram o grupo Jamba, que comparece todos anos no cortejo do Esfarrapado. "Já é tradicional, desde 2013, depois do bloco fazemos um 'feijão gordo' no salão do prédio", contou o mineiro Alexandre Fernandes, 46, que vem todo ano para o Carnaval em São Paulo.

Também em família, Vanessa Silveira, 43, veio com a mãe Zuleide Silveira, 70, e a tia Zilma Silveira, 65. "Vamos juntas em todos os blocos e hoje queríamos dar um tempo nos que têm muita gente e escolhemos esse, que descobrimos ser o mais antigo da cidade. Muito interessante conhecer essa história", contou.

Conhecido e abraçado por muitos foliões, Milton Credidi, o Seu Tinin, 84, um dos fundadores do Esfarrapado, contou ao UOL que o bloco surgiu despretensiosamente durante uma conversa de amigos no Bixiga, que é considerado um dos bairros tradicionais do samba em São Paulo.

"Era domingo e decidimos que o bloco desfilaria no dia seguinte pela ruas do Bixiga. Para avisar que poderíamos vestir o que quisesse, o bloco ficou com o nome Esfarrapado", revelou.

Na época, não existiam blocos na cidade, apenas cordões, que deram origem às escolas de samba.

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