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Comissão de frente da Portela simula antropofagia: 'Ninguém vai aplaudir'

Comissão de frente da Portela vai retratar ato de antropofagia - Herculano Barreto Filho/ UOL
Comissão de frente da Portela vai retratar ato de antropofagia Imagem: Herculano Barreto Filho/ UOL

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

24/02/2020 05h13

O coreógrafo Carlinhos de Jesus, na comissão de frente da Portela, promete chocar o público na Sapucaí ao representar um ritual de antropofagia do povo tupinambá. O ensaio era tão secreto que os seguranças da escola impediam até que a movimentação fosse fotografada, minutos antes da entrada da agremiação na Avenida. O UOL só conseguiu registrar uma imagem com a autorização do coreógrafo.

Os índios da tribo tupinambá, que tinham o cabelo raspado no meio da cabeça, tingiam o corpo de azul para cometer atos de canibalismo. "Esse povo tinha o hábito de matar o inimigo, decapitar e comer. Esse inimigo ficava anos na tribo. Ele transava com as índias, era bem tratado. Depois, era morto. Era uma característica cultural desse povo. Na dança, vamos fazer alusão a isso", antecipa.

Carlinhos não espera contar com o aplauso do público. A ideia é chocar mesmo. "A nossa ação causa uma repulsa. Eles arrancam a cabeça da vítima. Comem mãos, pés. É a honra e a glória do povo tupinambá. Ninguém vai aplaudir. Você vai ver".

Neste ano, a Portela quer despertar a "conscientização política e social da coletividade no Brasil" com o samba-enredo "Guajupiá, Terra Sem Males". O tema indígena retoma a história dos primeiros habitantes do Rio de Janeiro.

No vídeo abaixo, Carlinhos de Jesus explica mais sobre a comissão de frente da Portela.

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