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Paulo Barros: Desfile deste ano será diferente de tudo que a Gaviões já fez

O carnavalesco Paulo Barros com Sabrina Sato em ensaio da Gaviões da Fiel - Reprodução/Instagram
O carnavalesco Paulo Barros com Sabrina Sato em ensaio da Gaviões da Fiel Imagem: Reprodução/Instagram

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL

21/02/2020 13h06

Em sua estreia no sambódromo paulista, o carnavalesco Paulo Barros promete revolucionar a história da Gaviões da Fiel.

"Será um Carnaval inovador para São Paulo. As alegorias da Gaviões estão diferentes de tudo que já foi feito na escola", entrega ele, que aos 57 anos e 16 carnavais completos, ainda se considera um aprendiz.

Em entrevista ao UOL, Barros revelou que esta não foi a primeira oportunidade que teve de comandar o desfile de uma agremiação paulistana, mas que somente agora se sentiu preparado para aceitar o desafio.

Desafio que será duplo, já que este ano ele também está à frente do desfile da Unidos da Tijuca, no Rio.

Após temporadas na Portela e na Viradouro, ele se arrisca em dois carnavais simultâneos para tentar seu pentacampeonato e confessa que a jornada dupla está sendo "exaustiva".

Para dar conta de duas escolas ao mesmo tempo, Barros conta com uma equipe em São Paulo, onde passa dois dias por semana. Nos outros dias, fica no Rio.

"Está sendo desafiador. É uma experiência nova, um processo de execução diferente do meu. Há de haver paciência de lado a lado. E à distância é muito pior", desabafa.

Para ele, o maior desafio encontrado na hora de elaborar o desfile da escola corintiana foi se adequar ao regulamento da Liga das Escolas de Samba de São Paulo. Segundo Barros, as regras são muito mais rígidas do que as cariocas.

"Em São Paulo o regulamento é muito particular. Algumas pessoas dizem que é 'amarrado'. Tivemos que estudar os quesitos para encaixar o nosso trabalho e preparar um desfile com coisas diferentes do que estamos acostumados fazer", conta.

Foi preciso também adequar o tamanho das alegorias. A Marquês de Sapucaí tem 700 metros de comprimento, enquanto o sambódromo do Anhembi tem 530 metros.

"Fizemos um projeto baseado naquilo que temos. É matemática", completa Barros.

"Um não sei que"

Em seu aniversário de 50 anos, a Gaviões quis falar de amor no samba-enredo. O título do samba é inspirado em uma frase de Luís Camões (1524-1580), "Um Não Sei Que, Que Nasce Não Sei Onde, Vem Não Sei Como e Explode Não Sei Porquê".

Esse "não sei que" trata-se do amor. Em suas alegorias, a escola vai contar a história de amores impossíveis, amores históricos e amores heroicos, tentando descrever o tal "sentimento que arrasta multidões".

Famoso pelas extravagâncias nos carros alegóricos, o carnavalesco de Nilópolis se define como um "fanático" por tecnologia. Na avenida, já fez acrobacia com motociclistas, zumbis que perdem a cabeça e Batman voador, só para dar alguns exemplos.

Sem entregar nenhum detalhe nem dar "spoilers" do desfile deste ano, Barros promete apenas impressionar. "Fico feliz com o carinho dos componentes e do público em geral em São Paulo", diz ele.

A Gaviões da Fiel será a terceira escola a desfilar amanhã, às 00h40.

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