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Criador do Sungolé quer vender 10 mil geladinhos no Carnaval em São Paulo

Criadores do Sungolé - Divulgação/Otto Gloria
Criadores do Sungolé Imagem: Divulgação/Otto Gloria

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL

21/02/2020 12h46

Há cinco anos, o arquiteto Bruno Spinardi, o Sunga, como é conhecido entre os amigos, precisava arrecadar uma grana extra para poder pular Carnaval em Olinda (PE).

A solução foi preparar, na cozinha de seu apartamento em São Paulo, alguns geladinhos de cachaça para vender nos bloquinhos de pré-Carnaval.

A receita é simples: uma versão alcoólica da iguaria de verão que leva um nome em cada região do país: geladinho, sacolé ou chup-chup.

O quitute com gosto de infância fez sucesso entre os foliões e hoje é a principal fonte de renda de Spinardi.

A cozinha de seu apartamento no bairro da República continua sendo a sede da produção. Mas a startup carnavalesca já conta com cerca de 30 vendedores espalhados pelos blocos de São Paulo e mais quatro funcionários na fabricação.

Colorido, docinho, refrescante, "e o melhor: dá menos vontade de ir ao banheiro", alega o criador do drink, que pretende bater a meta de 10 mil sacolés neste Carnaval.

Após alguns Carnavais fabricando os geladinhos em um processo "roots", em 2018 Spinardi investiu em uma máquina para envasar os produtos.

Naquele ano, a meta era de 3 mil unidades. Foram vendidas quase 5 mil. "Aí esse ano decidimos dobrar a meta", brinca o empresário.

"Vamos bater os 10 mil sungolés sim. E isso só de vendas em bloco", afirma ele, que também vende os sacolés em parceria com festas fechadas, eventos de Carnaval e até despedidas de solteiro.

No último domingo (16), foram distribuídos 600 sungolés de graça no Bloco Zika, como parte de uma ação feita no Instagram da marca.

Só neste pré-Carnaval, já foram retiradas 7.500 unidades, que ficam estocadas com cada equipe de vendas.

Sungolé é uma das apostas para se refrescar no Carnaval de São Paulo - Divulgação/Otto Gloria - Divulgação/Otto Gloria
Imagem: Divulgação/Otto Gloria

Autonomia

Ao todo são 15 equipes, formadas principalmente por duplas. Cada novo vendedor recebe um kit: maiô, estandarte e isopor, e decide quantos sungolés vai comprar e em quais blocos pretende vender. O uniforme é um capricho pessoal do arquiteto.

"Desde o início tentamos ter uma estética própria. No começo e fazia tudo, inclusive costurava os maiôs. Hoje, por conta do volume, terceirizei com uma costureira do bairro", conta.

Sem gourmetização

"Nossa ideia desde o início era ser um produto voltado ao público carnavalesco, então não tem muita frescura, é um drinque raiz. Usamos refresco em pó e cachaça Velho Barreiro", revela Spinardi.

Neste Carnaval, serão vendidos cinco sabores que são os carros-chefes da empresa: limão, morango, maracujá, tangerina e uva.

Cada sungolé tem aproximadamente 10% de teor alcoólico e custa R$ 5 a unidade, ou R$ 10 por três unidades. "Sempre nos preocupamos em ter preços acessíveis e evitar uma gourmetização do produto", diz.

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