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Após furtos e arrastão, blocos exigem mais segurança no Carnaval de SP

Foliões no bloco Sonzeira, na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo - André Porto/UOL
Foliões no bloco Sonzeira, na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo
Imagem: André Porto/UOL

Do UOL, em São Paulo

19/02/2020 21h21

Após inúmeros casos de roubo, furto e até mesmo arrastão, registrados no último fim de semana, fundadores de blocos de rua, em São Paulo, expressaram hoje preocupação com a violência e pediram mais segurança por meio de carta aberta.

A mensagem, assinada por 153 representantes de blocos, é encaminhada à Polícia Militar, ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ao secretário municipal de Cultura, Alexandre Youssef, entre outras autoridades.

"É fundamental que exista segurança pública proporcional ao tamanho do carnaval ou as pessoas deixarão de frequentá-lo, por medo", diz trecho da carta, ao qual o UOL teve acesso.

"É de extrema importância que os órgãos responsáveis se comprometam a reavaliar suas estratégias e redobrar seus esforços para garantir o bem-estar dos foliões", completa.

A polícia prendeu 413 pessoas durante o primeiro fim de semana com a programação oficial do carnaval de rua de São Paulo. Entre os detidos estão dois suspeitos de roubar um policial civil em um bloco na Avenida Luís Carlos Berrini. Na ação, cinco pessoas foram baleadas.

Na Operação Carnaval Mais Seguro, 64.847 pessoas foram abordadas e, dos presos, 127 eram foragidos da Justiça. Também foram apreendidos 21 adolescentes.

Leia a carta, na íntegra, abaixo

Devido aos inúmeros casos de arrastão, furtos, roubos e violência vividos no pré-Carnaval de São Paulo, nós fundadores de blocos carnavalescos de rua de São Paulo vimos através desta carta aberta expressar profunda preocupação com a segurança da população diante de um evento de tamanha relevância cultural e econômica na cidade.

É fundamental que exista segurança pública proporcional ao tamanho do carnaval ou as pessoas deixarão de frequentá-lo, por medo. Para nós, que construímos essa experiência gratuita e aberta a todos na cidade, é de extrema importância que os órgãos responsáveis se comprometam a reavaliar suas estratégias e redobrar seus esforços para garantir o bem-estar dos foliões, ou o esforço para construir tudo isso de nada vale. Sem a população segura o carnaval não acontece.

Entendemos o crescimento exponencial desse evento nos últimos anos, mas achamos imprescindível dar uma atenção especial a esta questão. Na mesma medida em que de nós, produtores de blocos, são cobrados planos de segurança muitas vezes alheios à nossa capacidade operacional, pedimos aos órgãos competentes esclarecimentos acerca de pontos de extrema importância, tais como: efetivo total alocado durante o carnaval, por região; o plano geral de segurança pública para o evento; as atividades realizadas durante o carnaval, com interação entre equipes dos blocos e forças policiais, especialmente nas torres de monitoramento e nas operações do COPOM; o número de ocorrências e medidas sendo tomadas.

Solicitamos encarecidamente uma resposta pública ao nosso pedido.

São Paulo, 19 de fevereiro de 2020

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