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Associação indígena sai em defesa de Alessandra Negrini: "é uma aliada"

Alessandra Negrini posa ao lado de Sônia Guajajara no Acadêmicos do Baixo Augusta - Edson Lopes Jr./UOL
Alessandra Negrini posa ao lado de Sônia Guajajara no Acadêmicos do Baixo Augusta Imagem: Edson Lopes Jr./UOL

Colaboração para o UOL

Em São Paulo

18/02/2020 08h46

A APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) saiu em defesa de Alessandra Negrini, após a atriz receber críticas por ir fantasiada de índia ao bloco de rua Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo, no último domingo.

Nas redes sociais, muitas pessoas ficaram indignadas, dizendo que Negrini fez apropriação cultural e que índio não é fantasia.

"Causa-nos indignação que uma aliada seja atacada por se juntar a nós em um protesto", posiciona-se a APIB, em nota oficial.

A associação pontua que a atriz "colocou seu corpo e sua voz a serviço" da causa indígena e que a construção da pintura foi feita de maneira cuidadosa, "compreendendo que a luta indígena é coletiva".

Musa do Baixo Augusta, Alessandra Negrini foi pintada pelo artista plástico indígena Benício Pitaguary e desfilou ao lado de Sonia Guajajara, Coordenadora Executiva da APIB.

Leia o comunicado divulgado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil:

"Estamos vivendo a maior ofensiva em séculos de nossa história. Essa semana está tramitando no Congresso uma MP que tenta regularizar a grilagem, o PL da Devastação quer impor a mineração e a exploração das terras indígenas, um evangélico missionário está em um posto estratégico da FUNAI e pode provocar a extinção de povos não contactados. São muitos os ataques. Não nos esqueçamos, o momento é grave e dramático, querem nos dizimar!

Por isso, causa-nos indignação que uma aliada seja atacada por se juntar a nós em um protesto. Alessandra Negrini colocou seu corpo e sua voz a serviço de uma das causas mais urgentes. Fez uso de uma pintura feita por um artista indígena para visibilizar o nosso movimento. Sua construção foi cuidadosa e permanentemente dialógica, compreendendo que a luta indígena é coletiva.

É preciso que façamos a discussão sobre apropriação cultural com responsabilidade, diferenciando quem quer se apropriar de fato das nossas culturas, ou ridiculariza-las, daqueles que colocam seu legado artístico e político à disposição da luta. Alessandra Negrini é ativista, além de artista, e faz parte do Movimento 342 Artes, que muito vem contribuindo com o movimento indígena. Esteve conosco em momentos fundamentais. Portanto, ela conta com o nosso respeito e agradecimento. E assim será, sempre quem estiver ao nosso lado.

APIB - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil"

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