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Militância e "surra de bumbum": Luísa Sonza agita seu 1º bloco de Carnaval

Raphael Malaquias

Do UOL, em São Paulo

16/02/2020 20h22

A tensão é nítida nos olhos da anfitriã. Não é para menos, segurar o primeiro domingo pré-Carnaval em São Paulo é para poucos. Luísa Sonza fez sua estreia na folia, e em grande estilo, com fãs fiéis que chegam horas antes do show começar, implorando um pulseira de acesso ao trio, além de uma multidão que sabe de cor e salteado cada uma de suas músicas. Ah, aqui o Whindersson Nunes que é casado com ela. Aliás, a ausência do "Senhor Sonza" foi sentida por todos.

Novata, a funkeira-pop tem visão de artista experiente na hora de atrair atenções. Contou em seu "squad" com um exército de peso das redes sociais para bombar ainda mais o Bloco Sonzeira. Kéfera Buchmann e Géssica Kayane disputavam quem estava mais animada e quem rebolaria até o chão. Empate técnico, lógico! Nada de disputa entre mulheres.

Aliás, manifestações militantes não faltaram na festa. Luísa levou seu discurso de empoderamento e representatividade para os palcos. Tanto sua backing vocal quando uma das atrações, Mulher Pepita, são trans. Se orgulham e gritam ao microfone frases de luta. Sem timidez, Luísa não hesita em se unir com os gritos de sua platéia contra o presidente Jair Bolsonaro. Com carinha de menina inocente ela arrisisca um "ei Bolsonaro?". Em seguida divide a cena com Mateus Carrilho e drag Aretuza Lovi, ícones da cena LGBT.

A loirinha não comandou as cinco horas de festa em cima do palco. Passou a bola para Kelly Key, MC Zaac e Pocah. Bingo! Mais um acerto ao trazer o popular funk para o Carnaval e atrair atenção. Mesmo sem a dona da festa, o público não desanimou e sob um sol escaldante não parou de balançar os quadris.

Luísa se encontrou em estilo e público, o LGBTQIA+, é claro. Ela sabe o que eles querem e sabe como dar. Se sua intenção é "jogação sem preconceitos", seu lugar é no Bloco Sonzeira.

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