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Boitatá faz viagem no tempo e relembra antigos carnavais

Michel Alecrim

Colaboração para o UOL, no Rio

16/02/2020 11h22

O Cordão do Boitatá empolgou os foliões com sua viagem no tempo pelos antigos carnavais. Marchinhas do século passado estavam na ponta da língua dos saudosos.

Com a alegria de sempre, quem acompanhou a banda cantou "Ô Abre Alas", clássico de Chiquinha Gonzaga, e outros sucessos do passado, como "Allah-Lá-Ô", "As Pastorinhas", "Taí (Pra você gostar de mim)" e "A Jardineira".

Mas o bloco também modernizou. Levantou a galera com sua versão afoxé do reggae "No Woman No Cry". O calor é intenso no trajeto. O bloco atravessa a estreita Avenida Gomes Freire, rumo à Praça Tiradentes.

O turista Frederico Souza, 33, goiano que mora na Alemanha, estava de lutador de sumô. Para fazer volume, um motor enche a roupa de ar. "Está um pouco quente mas a diversão compensa", disse Souza.

Fez sucesso também entre os foliões a fantasia de Richarlls Martins, 35. Tinha uma capa dourada, que com a frase "Fora Bozo", como o presidente Jair Bolsonaro é chamado nas redes sociais.

"O carnaval é a oportunidade de falar dos temas atuais. Sou professor universitário e preciso protestar", afirmou.

O Cordão do Boitatá terminou seu cortejo no Centro do Rio com a dispersão dos foliões na Praça Tiradentes. O sol e o forte calor fizeram os músicos pararem em alguns pontos do desfile, mas mantiveram o pique até o fim.

O carnaval do bloco transcorreu sem brigas ou incidentes. O casal Pedro Monteiro, 39, e Gabriela Estêvão, 35, aprovaram a festa. Levaram a menina Pilar de apenas 4 meses, que se divertiu bastante. "É o primeiro carnaval dela. Já está aprovada", disse Monteiro.

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