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MC Zaac leva funk para o Carnaval e sonha em gravar com Beyoncé

Mc Zaac é uma das atrações do CarnaUOL São Paulo, evento que acontece neste sábado - Edson Lopes Jr. / UOL
Mc Zaac é uma das atrações do CarnaUOL São Paulo, evento que acontece neste sábado Imagem: Edson Lopes Jr. / UOL

Carol Martind

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/02/2020 14h03

Destaque do funk nacional, MC Zaac colocará todo o mundo para descer até o chão, na sétima edição do CarnaUOL. O festival acontece neste sábado (8), a partir das 12h, no Jockey Club de São Paulo, e ele se apresenta às 14h30.

"Não é medo, mas estou ansioso. É um evento muito grande, importante, e tenho certeza de que vai ser uma experiência única", disse ele, em entrevista exclusiva ao UOL.

MC Zaac está prestes a lançar parcerias com a cantora de axé Claudia Leitte, em sua música "Rebolada Bruta", e com a funkeira Luísa Sonza, na faixa "Marionete". E deixou no ar se o palco do CarnaUOL terá um encontro entre os artistas —as duas estão entre as principais atrações do festival.

"Para um evento desse tamanho, estou preparando algo especial, mas não posso contar."

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Funkeiro na folia

Carnaval nunca foi a praia dele, mas desde o ano passado o funkeiro vem curtindo a festa mais popular do Brasil.

"Neste ano vou para a Bahia pular no trio com a Claudinha. No ano passado fui à Sapucaí, no Rio. Antes de tudo acontecer [o sucesso] já tinha ido a um bloco carioca também", disse. "É tanta gente que não acaba mais. Gosto de todo tipo de música, e até o que não conheço sou curioso para ver."

Hits não faltarão neste sábado, como "Vai Malandra", sucesso que escreveu para Anitta e teve participação do DJ Yuri Martins e do rapper Maejor, "Bola Rebola", mais uma vez ao lado da funkeira Anitta, de J Balvin e Tropkillaz, "Tá que Tá", parceria com a dupla sertaneja Simone e Simaria, entre outros.

"É uma conquista minha pessoal, por gostar de muitos gêneros. Quem diria eu estar fazendo essas paradas? A todos que tiveram interesse em contar comigo nos trabalhos... É um lance maneiro e agradeço."

MC Zaac já sentiu o gostinho de se apresentar fora do Brasil, em países como Holanda, Itália, México e outros, e agora cogita carreira internacional após a experiência positiva.

"Tinha expectativa de acontecer, mas não da forma que foi. Estou no meu melhor", diz ele, que sonha cantar ao lado de Ivete Sangalo e com o casal mais poderoso da indústria musical, Beyoncé e Jay-Z.

MC Zaac  - Edson Lopes Jr. / UOL - Edson Lopes Jr. / UOL
MC Zaac sonha cantar ao lado de Ivete Sangalo e com o casal mais poderoso da indústria musical, Beyoncé e Jay-Z
Imagem: Edson Lopes Jr. / UOL
Sonho de cantar com Beyoncé e Jay-Z

"Gostaria de fazer feats [parcerias] com diversos outros artistas também. Gosto da mistura, feat dá uma dinâmica da hora para a música, seja qual for. Tem que experimentar os ritmos para ver se dá certo. Se não der, não lança."

Além das novidades de 2020, incluindo também o clipe da música "Are U Gonna Tell Her?", parceria com a sueca Tove Lo, divulgado no último dia 29, Mc Zaac revelou não descartar um single com MC Jerry Smith, amigo e com quem integrou a ex-dupla MCs Zaac & Jerry, em 2015, época em que estourou no Brasil com "Bumbum Granada".

A canção ficou em primeiro lugar no Spotify e no iTunes, acumula mais de 495 milhões de views no YouTube e 68,9 milhões de plays no Spotify.

"Não acreditei muito no começo. Considero a música mais diferente de tudo que já fiz. É uma linguagem nada a ver, mas que tem tudo a ver. Fizemos a música em cima da batida, e foi só nesse caso, porque não crio dessa forma", revela. "É uma música antiga, mas nova. As pessoas pedem, dançam, não sai da boca da galera."

Zaac acredita que o cenário funk vem sendo mais aceito entre as diversidades musicais e o público em geral. Letras com duplo sentido e clipes com apelo sexual não entram no repertório do cantor.

"Hoje as coisas estão muito expostas. Todo o mundo dá opinião, e eu não falo do trabalho dos outros. Uma coisa que você faz e é mal interpretado... É o fim. Tenho muito cuidado com isso. Eu quero fazer as pessoas dançarem. As letras das minhas músicas não têm nada, e é a minha forma de trabalhar."

"Sinto falta do que não tenho mais"

Na estrada há 11 anos —cinco sob os holofotes—, o funkeiro paulista vem desfrutando do sucesso e, em alguns momentos, chega a ter saudade da época do anonimato.

"Sinto falta do que não tenho mais. Coisas simples que eu achava que não eram nada na época, como sair para curtir um rolê, ir à praia. Às vezes a parada de não ser reconhecido é legal. Eu gosto de ser reconhecido, mas ter um equilíbrio é bom."

MC Zaac diz ainda ser tímido nos bastidores, mas quando encara o palco se transforma. Ele revelou que até hoje sua ansiedade o deixa na mão minutos antes de subir ao palco. "Não sei o que acontece. Não paro de bocejar e me dá vontade de ir ao banheiro fazer xixi, mas depois fica tudo bem", conta, aos risos.

Casado há um ano —mas junto há três—, com a dançarina Caroline Barbosa, o MC falou que o assédio dos fãs não é motivo para brigas.

"Apoio ela na profissão. Da mesma forma que não gostaria de não ser apoiado como cantor", declara o pai de Isabelle, de quase 1 ano de idade. "Agora, ela está dedicada à nossa filha e deu uma parada, mas assim que voltar estarei ao lado dela para seguir."

Preconceito antes da fama

De família humilde e cantor de funk, ele nasceu em Diadema e hoje mora no ABC paulista. Assim como outros nomes da música que nasceram em comunidades carentes, o cantor afirma já ter enfrentado preconceito antes da fama.

"Chegava em shopping e brotava de segurança, era normal", lembra. Com o funk não foi diferente. "Mas isso é inveja. Onde dá certo tem que ter alguma coisa. É aquela história do inteligente da escola que é zoado, mas todos querem colar dele. O diferencial é quem se destaca, e eu deixo isso para lá, vou me aprimorando."

Produtor das próprias músicas, ele ainda pretende ajudar talentos que não têm oportunidades. "Com certeza vou produzir. Quero ajudar, mas quero mais conhecimento, porque não pretendo brincar com os sonhos das pessoas."

No passado, ele chegou a fazer funk ostentação, mas hoje considera que o gênero não tem a ver com sua personalidade. Assim como o modo de se vestir. "Pego o que tem no guarda-roupa. Ficou bonito, tô usando. Já usei blusa da minha mulher. É estilo. Já pediram para eu comprar correntes [de ouro] e essas coisas, mas eu não gosto dessas paradas. Não brisa comigo. Gosto de ficar no estúdio e fazer meu som."

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