Bloco Céu na Terra promove bailão regado a marchinhas na Fundição Progresso

Os ares de Santa Teresa desceram as ladeiras do bairro mais alternativo do Rio de Janeiro e preencheram todos os espaços da Fundição Progresso, na Lapa. Era o bloco Céu na Terra levando a tradição do Carnaval de rua para o seu ensaio aberto neste domingo, 26 de janeiro.

"Bloco raiz no Rio de Janeiro é isso aqui que você tá vendo. Tá todo mundo pegando onda nos blocos. E tem público pra mega show, só não pode ser considerado como bloco, como esse aqui", opina Adriane Piovesan, professora de educação física e moradora da Freguesia que se juntou aos cerca de 800 foliões que marcaram presença no evento.

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Criado em 2001, o Céu na Terra foi um dos blocos, junto com o Cordão do Boitatá, responsáveis pela retomada do, até então, adormecido Carnaval de rua no Rio. E seus integrantes sabem exatamente o papel que ocupam no cenário cultural carioca.

"Nós temos esse lugar de manutenção da tradição do Carnaval. A gente tem um monte de bloco hoje em dia, fazendo um monte de coisa diferente, com propostas mais modernas, mais pop. Nós também trazemos novidades, mas mantendo a tradição do bloco de rua, com muita marchinha", afirma Marcelo Cebokin, diretor musical do bloco.

Em 2020, a Bahia invade o percurso do bloco de Santa Teresa com o tema "O Céu abraça a Terra, deságua o Rio na Bahia", verso da canção "Nação", de João Bosco. E o ensaio deste domingo mostrou que o repertório não será mais do mesmo. "A partir do tema da Bahia estamos resgatando uns ijexás que já tocamos outras vezes e fazendo algumas músicas do Caetano que a gente nunca tocou", adianta Marcelo.

"Expressão de liberdade"

E quem esperou do ensaio na Fundição Progresso um Carnaval raiz não se decepcionou. O auge da festa foi um bailão que se formou regado às mais antigas e divertidas marchinhas carnavalescas.

"A emoção é contagiosa. Estou me sentido ensaiando junto, copiando os passos e estou querendo fazer parte dessa banda", conta a dentista Sônia Groisman, que esteve pela primeira vez em um ensaio do Céu na Terra.

O clima da festa é o mesmo dos primeiros carnavais do grupo. Os biólogos Adriana Valente e Maron Galliez, casados há 19 anos, 15 dos quais seguindo os cortejos do Céu na Terra, atestam a tradição. "É fundamental para o Carnaval de rua no Rio de Janeiro a existência de blocos como o Céu na Terra, que são uma expressão de liberdade e onde se encontram pessoas livres, brincando e se divertindo", define o biólogo.

Ensaios do bloco Céu na Terra

Quando: Aos domingos, 02/02 e 09/02
Horário: 12h
Local: Fundição Progresso
Mais informações aqui

Desfile do bloco Céu na Terra no Rio de Janeiro

Quando: Aos sábados, 15/2 e 22/2
Horário: De manhã bem cedo (o bloco não revela o horário de saída)
Local: Largo dos Guimarães, Santa Teresa