Topo

Leo Dias

De roda-gigante a Cristo: Paulo Barros recria símbolos do Rio em desfile

Roda gigante estará em desfile de Paulo Barros - Reprodução
Roda gigante estará em desfile de Paulo Barros Imagem: Reprodução

14/02/2020 13h55

Desde que Paulo Barros se tornou o gênio multicampeão dos desfiles das escolas de samba, no início da década passada, ficou muito mais difícil para o carnavalesco conseguir guardar completamente os segredos que prepara para o Carnaval. As invenções dele fizeram com que os barracões das escolas em que trabalha passassem a ser não só os mais aguardados como também os mais vigiados da Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio. De olho nos preparativos da Unidos da Tijuca, para onde o artista volta após temporadas na Portela e na Viradouro, a Coluna do Leo Dias adianta ao leitor algumas das surpresas guardadas pelo enredo que aborda diversas faces da arquitetura.

No desfile tijucano, Barros incluiu cartões-postais do Rio de Janeiro, reconhecidos facilmente pela população e pelos turistas. Um deles é a principal atração da temporada: a roda-gigante Rio Star, inaugurada em dezembro nas proximidades do Boulevard Olímpico. A Tijuca fez uma parceria com a administração do empreendimento e, em uma de suas alegorias já em fase final de construção, há uma réplica com traços semelhantes aos da estrutura de 88 metros de altura que dá visão para vários bairros cariocas.

Paulo Barros - Divulgação - Divulgação
Paulo Barros
Imagem: Divulgação

Outro ponto turístico que ganhará vez na Sapucaí é o Cristo Redentor, representado por meio de uma grande escultura da Tijuca que ganhará efeitos especiais garantidos pelo carnavalesco. A imagem em si não é uma novidade no Carnaval: já foi incluída em desfiles da Portela (e transformada em águia), da União da Ilha e da Beija-Flor, quando acabou censurada pela Igreja Católica por ser representada como um mendigo, no fim da década de 1980. A própria Tijuca já teve problemas com o uso imagens sacras em 2002, quando incluiu no projeto de desfile uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança e uma cruz, que acabaram apreendidas pela Justiça e liberadas às vésperas do desfile.

Além do Rio, Brasília ganhará espaço no desfile, graças às criações arquitetônicas de Oscar Niemeyer. A Catedral de Brasília, uma das obras mais icônicas do arquiteto, será um dos prédios a ganhar uma representação na Avenida. Também haverá referências, nas fantasias, às criações dos egípcios (como as pirâmides) e dos gregos (como o Partenon ateniense).

Símbolo maior da Tijuca, o pavão também terá vez no desfile. Em uma de suas representações idealizada por Paulo Barros, as asas abertas revelarão réguas, um dos instrumentos mais utilizados na arquitetura.

Leo Dias