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Leo Dias

Faltando pouco para os desfiles, temporal alaga escolas de samba em SP

Quadra da Rosas de Ouro praticamente ilhada - Reprodução/Internet
Quadra da Rosas de Ouro praticamente ilhada Imagem: Reprodução/Internet

10/02/2020 14h29

Carnaval é a última coisa em que a população e o poder público pensam quando um temporal de grandes proporções atinge uma capital do tamanho de São Paulo como ocorreu nesta segunda-feira (10). No entanto, a 12 dias dos desfiles, as escolas de samba têm a segurança de suas alegorias e fantasias como a principal prioridade. Trata-se do trabalho de um ano inteiro que pode ser perdido com os alagamentos espalhados por toda a cidade.

No Twitter, torcedores das agremiações paulistas compartilham vídeos e fotos que assustam os corações mais apaixonados. A Rosas de Ouro aparece em dois registros. Um deles mostra esculturas em meio ao barracão alagado da escola no Jardim das Graças, próximo a uma das margens do Rio Tietê. No outro, aparece a quadra praticamente ilhada. Ambos os espaços são relevantes na reta final para o grande dia: no primeiro estão guardadas as alegorias e fantasias, e no segundo são promovidos os ensaios com a comunidade.

Procurada pela Coluna do Leo Dias, a assessoria de imprensa da escola informou que não houve perdas no material preparado para o desfile. Apesar do susto com o alagamento, houve tempo hábil para suspender as fantasias com no ateliê, impedindo que elas fossem atingidas pela água. No caso das alegorias, o acaso favoreceu a agremiação: no sábado, a equipe levou três das cinco alegorias para a concentração do Sambódromo do Anhembi e apenas dois carros estavam no barracão — nenhum deles foi danificado.

A Pérola Negra também sofreu perdas, mas ainda não conseguiu contabilizar o tamanho do estrago. O barracão da agremiação fica sob o Viaduto Mofarrej, na Zona Oeste paulista, e foi tomado pela chuva. No local, havia duas alegorias e fantasias do desfile deste ano. A agremiação está de volta ao Grupo Especial.

Para se ter uma ideia do perigo que a Império de Casa Verde correu, em frente ao barracão da escola, uma casa quase ficou submersa e a água chegou a obstruir a porta de entrada. Nos bastidores da escola, no entanto, o cenário não foi grave. As alegorias foram atingidas, mas como são criadas com materiais impermeáveis, a diretoria avalia que não houve danos significativos. Os maiores problemas são em relação ao maquinário: equipamentos de solda, por exemplo, entre outras ferramentas estão debaixo d'água e podem ficar inutilizados.

Assim como Rio de Janeiro, São Paulo também tem um complexo que reúne barracões de escolas de samba do Grupo Especial. A chamada "Fábrica do Samba" foi inaugurada em 2016, mas só dispõe de sete barracões em funcionamento — o suficiente para abrigar apenas metade da elite do samba paulistano. A ideia era que a obra fosse concluída gradualmente desde a abertura, o que não ocorreu até hoje. A promessa mais recente é de que isso ocorra antes do Carnaval de 2021. As escolas que estão sofrendo com as chuvas ainda não ocupam esses espaços com estrutura garantida pelo poder público.

Esculturas em meio ao barracão alagado da escola Rosas de Ouro - Reprodução/Internet - Reprodução/Internet
Esculturas em meio ao barracão alagado da escola Rosas de Ouro
Imagem: Reprodução/Internet

Quadra da Rosas de Ouro ilhada - Reprodução/Internet - Reprodução/Internet
Quadra da Rosas de Ouro ilhada
Imagem: Reprodução/Internet

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