Escola vende cargos a partir de R$ 2 mil e superlota desfile com musas
Fazer Carnaval em meio à crise não é fácil para nenhuma escola de samba, muito menos para as que figuram na Série A do Rio de Janeiro. Com orçamento menor, as agremiações também são cobradas por encantar a Sapucaí com grandes espetáculos e a cada ano são observadas por mais e mais foliões.
Na tentativa de driblar a falta de grana e garantir verba para suas fantasias e alegorias, a Renascer de Jacarepaguá, sediada na Zona Oeste da cidade, criou uma alternativa. A vermelho e branco colocou cargos de musa à venda com valores que começam em R$ 2 mil e podem ser pagos por mulheres que sempre sonharam em brilhar na Avenida e não tiveram a oportunidade, ou ainda por beldades já conhecidas do povão e que não têm vagas garantidas em outras escolas.
No ano passado, a estratégia já estava em curso. Ao desfilar, a Renascer tinha maior número de alas do que musas. A aglomeração chegou a virar confusão em meio à concentração do desfile, já que o camarim do Sambódromo não comportava toda a mulherada e parte delas precisou se trocar embaixo do viaduto localizado atrás da arquibancada popular do Setor 1.
Este ano, a "vaquinha" paga pelas musas para garantir o desfile segue valendo. Nos bastidores, o papo é que o número de escaladas para os cargos pode passar de 30. Para não entediar o público, elas serão distribuídas em grupos de três ou quatro mulheres em frente das alas e alegorias. Quem quiser desfilar sozinha, é claro, precisa pagar mais caro.
O fato é que a maioria das pagantes não tem qualquer identificação com a comunidade. Muitas delas sequer são conhecidas pelos outros componentes e só aparecem no dia do desfile, incluindo musas que sequer vivem no Rio e nunca pisaram na quadra da escola.
A Coluna do Leo Dias procurou a assessoria de imprensa da Renascer, que não negou a venda dos cargos e informou que "a escola não fala sobre valores", mas que se as musas tivessem interesse em revelá-los, poderiam decidir por si mesmas.
Campeã no "quesito" musas (que não conta ponto), a agremiação perdeu seu casal de mestre-sala e porta-bandeira a quase um mês do desfile e precisou contratar outra dupla às pressas para tentar garantir as notas máximas na apuração. O enredo é sobre a sabedoria das rezadeiras.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.