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Paraíso do Tuiuti supera tragédia de 2017, e é vice do Carnaval do Rio

Paraíso do Tuiuti entra na avenida perguntando "Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?" - Bruna Prado/UOL
Paraíso do Tuiuti entra na avenida perguntando "Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?"
Imagem: Bruna Prado/UOL

Do UOL, no Rio

14/02/2018 17h05

Após ter sua história marcada por uma tragédia no ano passado, a Paraíso do Tuiuti acertou em seu enredo e conquistou o vice-campeonato do Carnaval do Rio de Janeiro em 2018 nesta quarta-feira (14). A superação é coroada com o primeiro título da agremiação no Grupo Especial.

No ano passado, o último carro alegórico do Paraíso do Tuiuti entrou na área de armação da Marquês de Sapucaí completamente desgovernado, chocou-se contra as grades e atropelou 20 pessoas, matando a radialista Liza Carioca.

Já em 2018, com o enredo "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?", sobre os 130 anos da Lei Áurea, a escola mostrou com muita ironia que a escravidão permanece até hoje, mas de forma diferente.

No início do desfile, a Tuiuti trouxe a escravidão propriamente dita, fazendo uma crítica de que a abolição não aconteceu de fato até hoje. A história contada pela escola começou na Antiguidade, no Egito, Babilônia e Síria, e a comissão de frente apresentou a vida na senzala.

Já o último carro representou um novo navio negreiro, com o presidente Michel Temer transformado em um "Vampiro Neo Liberalista", e batedores de panela (em referência aos protestos contra o governo do PT), também lembrados nas fantasias da ala "Manifestoches", com a característica camisa da seleção brasileira de futebol. A arquibancada respondeu à passagem da alegoria com gritos de "Fora, Temer".

As reformas trabalhista e da previdência também foram criticadas em alas como a "Guerreiros da CLT", que também lembraram o trabalho precário em fazendas e confecções.

No ano passado, em um Carnaval marcado por tragédias e problemas, o título ficou dividido entre a Portela e Mocidade Independente de Padre Miguel. Já neste ano, os desfiles ficaram marcados pelo forte apelo político.

*Com informações de Rafael Lemos e Anderson Baltar

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