Beija-Flor mistura Frankenstein em fábula com crítica à política nacional
Seguindo os enredos políticos da Mangueira e da Paraíso do Tuiuti, a Beija-Flor também levou para a avenida na madrugada desta terça-feira (12) um desfile de críticas sociais, mas desta vez de forma mais metafórica.
A escola de Nilópolis misturou a história da obra "Frankenstein", de Mary Shelley, com a realidade do nosso país no enredo "Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu", fazendo uma ligação entre o monstro abandonado por seu criador e o povo abandonado pela classe política.
Ratos apareceram já no segundo carro, ao lado de uma favela, precedido por alas com os animais e com barris de petróleo também representando corrupção. Componentes também vieram encenando uma cena protagonizada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral em um jantar luxuoso em Paris. Sua mulher, Adriana Ancelmo, também foi representada por uma integrante usando uma tornozeleira eletrônica.
O abandono da população, vítima de balas perdidas, da violência e relegados a buscar alimentos no lixo, foi o tema do terceiro carro, com cenas bastante dramáticas.
Com a cantora Pabllo como destaque do penúltimo carro, uma representação do Maracanã com uma escultura de Frankenstein, a escola também abordou a intolerância e o preconceito contra as pessoas LGBT. O preconceito com os nordestinos e as brigas de torcida também foram lembradas. A funkeira Jojô Todynho veio na parte de trás, em uma alegoria contra o racismo e a xenofobia.
Críticas à política
Um dos poucos políticos que marcaram presença na Sapucaí este ano, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) assistiu ao início do desfile da Beija-Flor e comentou as críticas que marcaram presença nos desfiles este ano. "Aqui é mais uma questão filosófica, espiritual, as outras eram mais políticos e ideológicos", disse ele ao UOL, referindo-se à Paraíso do Tuiuti (que chegou a transformar o presidente Michel Temer em um "vampiro neoliberalista") e a Mangueira (que bateu de frente com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal).
"As críticas são muito bem-vindas. É importante até para uma reflexão sobre o que vai acontecer no Brasil. Tudo isso é necessário para uma discussão sobre as melhorias que a sociedade quer. Inclusive as escolas de samba precisam discutir melhorias, houve acidentes com vítimas nos desfiles", alfinetou.
Especificamente sobre Crivella, que vem sendo criticado por cortar as verbas para o Carnaval e por não estar presente nos desfiles desde o ano passado, Maia rebateu: "O Carnaval não está funcionando? Eu estou acompanhando tudo na Sapucaí com a equipe dele e estou vendo tudo funcionar". E completou: "Já ao governo federal, as críticas são ideológicas". Vale lembrar que o partido de Crivella (PRB) apoiou a reeleição de Maia à presidência da Câmara.
* Com reportagem de Ana Cora Lima
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