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Blocos de rua

Em São Paulo, a avenida 23 de Maio se torna "a pista" do Carnaval

Os amigos Mateus Emanuell, Lua e Ingrid Diniz estão fazendo um mochilão pelo Brasil - Sara Puertas/UOL
Os amigos Mateus Emanuell, Lua e Ingrid Diniz estão fazendo um mochilão pelo Brasil Imagem: Sara Puertas/UOL

Sara Puerta

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/02/2018 17h33

Enquanto o bloco "Domingo Ela Não Vai", dedicado ao axé, finalizava seu desfile, o "Vou de Táxi ", com seu tributo aos anos 80 e 90, já ia descendo a avenida 23 de Maio, sem interromper o fluxo do Carnaval no local, que pela primeira vez recebeu os blocos na cidade.

As rampas de acessos da Avenida foram aproveitadas pelos ambulantes para o tradicional esquenta dos foliões. Luiz Henrique Lima, vendedor cadastrado pela Prefeitura, por volta das 11h comemorava as boas vendas e a organização.

" Carnaval de SP está cada vez melhor e aqui pelo jeito vai ser sossegado, sem transtorno", disse.

Mas não foi bem assim. O público, que chegava no local pelo Metrô Paraíso, aumentou muito e as rampas ficaram tomadas, lembrando o movimento de Pinheiros na semana passada. O mesmo acontecia no acesso do Viaduto Pedroso e Beneficência. A Polícia Militar ainda não tinha um saldo sobre quantidade de pessoas.

Natália Benites e mais duas amigas aproveitaram também o acesso para a avenida 23 de Maio para oferecer maquiagem de última hora e banho de Glitter (R$ 5 e R$ 2), que faz parte do projeto @euamoglittersp.

"Somos bem recebidas em cada bloco que vamos e aqui tem sido um sucesso nossa banca", disse Natália.

O bloco "Domingo Ela Não Vai" sanou a vontade de axé e levantou o público diversas vezes com hits do ritmo dos anos 90. E, como na sequência mais dois blocos desfilaram na 23, muita gente foi atraída pela festa do dia inteiro.

Como Iva Pereira, já na sua terceira garrafa de catuaba. "Assim dá para encarar de boa, vou ficar o dia todo por aqui. Até o fim", afirmou.

Já Andreia Moreira, aproveitou o amplo espaço da 23, para trazer as filhas de 6 e 3 anos. "Para mim foi ótimo esse lugar. Tem bastante sombra e a gente nem precisa ficar na muvuca para curtir".

Integrantes da Vai Vai finalizaram o desfile do "Domingo Ela não vai", com clássicos do samba e de enredos de escolas de samba.

A avenida 23 de maio contou com ambulância para atendimento médico, praça de alimentação e três estações de banheiro químico pela via.

Mochileiros no Carnaval

Sem muito saber o que estava acontecendo ou quem estava tocando, o cearense Mateus Emanuell, 20 anos, de mochila de viagem, caiu na 23 de Maio, com as amigas Lua e Ingrid Diniz, virados da noite anterior, recém-chegados de São José dos Campos.

"Saímos há um mês de Fortaleza, viajando de carona ou com desconto nos ônibus. Não temos ainda definido onde será o fim do Mochilão, mas seguiremos para o Sul, e depois países da América latina".

Sobre o Carnaval de São Paulo, que conheceu inesperadamente, acrescentou: "Estamos curtindo cada momento da viagem, conhecendo novas pessoas e achando essa festa imensa muito incrível".