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Ju Caldas, atriz anã de 'O Outro Lado', vai ao Salgueiro e comenta sucesso

O jogador do Flamengo Rafael Vaz e a atriz Juliana Caldas, em ensaio da Escola de Samba Salgueiro, na Tijuca - Luciola Villela/ UOL
O jogador do Flamengo Rafael Vaz e a atriz Juliana Caldas, em ensaio da Escola de Samba Salgueiro, na Tijuca Imagem: Luciola Villela/ UOL

Carolina Farias

Colaboração para o UOL, no Rio

28/01/2018 08h43

Atrizes do elenco de “O Outro Lado do Paraíso” estiveram na madrugada de domingo (28) no ensaio da escola de samba do Grupo Especial do Rio, Acadêmicos do Salgueiro. A mais assediada pelo público que lotou a quadra da escola do Andaraí, zona norte carioca, foi Juliana Caldas, intérprete de Estela na trama. A personagem é maltratada pela mãe Sophia, interpretada por Marieta Severo, por ser anã. Na quadra, ela posou para fotos com muitos foliões.

“Hoje sou mais vista, antigamente não era. A gente percebe a mudança da postura das pessoas (em relação ao nanismo), da abordagem, o que é muito legal”, contou Juliana, que disse que sua vida mudou com o assédio dos fãs.

“Ainda é um pouco estranho para mim. Ontem eu não era conhecida. Mas é gostoso porque você vê o resultado do seu trabalho. Só ouço coisas positivas”, afirmou a atriz.

Gabriella Mustafá, que faz a Melissa na trama, é comparada pelos fãs com a celebridade internacional Kendall Jenner, mas não se incomoda com isso.

“Me sinto feliz porque ela é linda. Eles (fãs) sempre me marcam nas fotos dela. Adoro a comparação. Quando interagem é porque se identificam de alguma maneira”, afirma a atriz.

A intérprete Patrícia Elizardo, a médica Tônia da trama, já atuou em outras novelas, mas o reconhecimento de sua personagem pelos telespectadores é inédito na vida da atriz.

“Já fiz outras novelas, mas é a primeira que tem uma popularidade maior. É uma experiência nova e bacana”, contou.

As atrizes se preparam para as reviravoltas da novela de Walcyr Carrasco, que se aproxima do centésimo capítulo.

“Tem muita coisa acontecendo e cada bloco que recebemos é novo caminho que vamos achando. Nosso personagem é uma construção diária, com descobertas de novos sentimentos e emoções. (A Melissa) vai começar agora o conflito. Vai se casar com Diego (Arthur Aguiar), que vai começar a ter a impotência. É importante abordar esse tema porque os homens têm medo disso”, disse

Rainha e musa trans

Novamente morena e sem as tranças, Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro, sambou muito e tocou seu pandeiro com os ritmistas da escola. A mudança do visual já era esperada. “Essa semana vou fazer um trabalho e fiz outro cabelo”, contou a rainha, que nessa época do ano tem de se desdobrar para conciliar Carnaval e outros compromissos.

“Fico cansada. É muito compromisso, eventos, ensaios, divulgação, fotos. Mas dou um jeito. Quero curtir meu Carnaval sambando, assistir os desfiles, só isso”, disse Viviane descartando paqueras e afins durante a folia.

Quem deve se destacar na Sapucaí neste ano no Salgueiro é a musa trans, Kamilla Carvalho.“Voltei para a escola em 2008 e ano passado surgiu o convite. Aceitei, claro. Sairei no chão como uma guerreira africana”, afirmou a musa, que já identifica cada vez mais espaços para as trans no Carnaval carioca.

“Hoje na feijoada na Mocidade Independente de Padre Miguel ouvi uma notícia que me deixou feliz. Vão fazer um concurso para musas trans na escola. Quando você impõe uma pessoa, abre caminho para várias. Estamos aí há anos e não tínhamos a oportunidade”, disse Kamilla.

Sobre preconceito ela frisa que não acontece com ela no Salgueiro, mas que não está livre da situação em outros aspectos de sua vida. “Todo lugar tem (preconceito). Eu sempre explico que todo lugar que você vai o que é diferente chama atenção.