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Blocos de rua

Sob tempestade, Baixo Augusta volta às origens com festa em rua

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/01/2018 19h05

Um bom filho à casa volta. O Acadêmicos do Baixo Augusta, maior bloco de rua de São Paulo, fez neste domingo (21) o seu ensaio aberto em plena rua da Augusta, entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado. Uma multidão lotou a festa, mesmo debaixo de chuva.

“A gente tá muito emocionado com essa festa na rua. Mesmo com a chuva, tem muita gente descendo, atendendo ao chamado com muito carinho”, diz o presidente do bloco, Alê Youssef. “Foi importante também mostrar à prefeitura que ensaio deve ser na rua, como no Recife e em Salvador. A repressão é uma coisa muito séria.”

A festa começou por volta das 16h, com a bateria da Confraria do Pasmado, bloco do bairro de Pinheiros. Uma chuva desabou, afastando parte dos foliões que ocupavam a rua.

A chuva só passou às 17h30, e em seguida a banda do Baixo Augusta subiu ao trio. O ensaio foi conduzido por ritmos de samba e axé, com direito a homenagem aos blocos cariocas Cacique de Ramos e Cordão do Bola Preta.

“Eu desci do trio e fui para a chuva. Carnaval é a única época do ano que você pode ficar parado na rua, dançando e na chuva”, conta a atriz Leandra Leal.

Realmente a chuva não foi um problema para quem queria se divertir. A gerente de marketing Natalia Costa, por exemplo, foi reviver as origens do Baixo Augusta também como uma forma de viver diferentemente São Paulo. “Carnaval é uma oportunidade de conhecer a cidade de outra forma. A gente passa por ela o tempo todo, mas não observa como no Carnaval.”

Já para Aline Gonçalves, estar na rua é um ato de resistência. “Tem uma mulher na região que quer acabar com o Carnaval da Roosevelt. E não podemos deixar, essa é uma resistência”, destaca, se referindo à professora Marta Lilia Porta, que em entrevista ao UOL criticou as festa de rua na Roosevelt.